Da Redação do Blog — Jean Paul Prates, o presidente da Petrobras, anunciou que a empresa planeja perfurar seu primeiro poço na costa do Amapá, na Margem Equatorial, até o primeiro semestre de 2024. Ele expressou essa expectativa com base no processo de licenciamento atualmente em andamento no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Durante o seminário “Caminhos para Transição Energética Justa no Brasil”, realizado no Rio de Janeiro em parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Prates negou a existência de um conflito interno no governo sobre o licenciamento. Ele afirmou que o processo está sendo conduzido tecnicamente e considera natural que a nova gestão do Ibama, alinhada à visão ambiental da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reavalie o processo em andamento e faça novas exigências.

Em setembro, o Ibama concedeu a primeira licença para a Margem Equatorial, permitindo a perfuração em dois blocos da Bacia Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte. Prates explicou que houve uma mudança na ordem de prioridade, pois esse processo seria mais fácil do que o da Bacia da Foz do Amazonas.
O bloco FZA-M-59, que teve sua licença negada pelo Ibama em maio, tem potencial para ter 5,6 bilhões de barris de óleo, segundo estudos já realizados pela Petrobras. Isso representa um possível aumento de 37% nas reservas de petróleo brasileiras, atualmente em 14,8 bilhões de barris.
O que é a Margem Equatorial?
A Margem Equatorial abrange toda a faixa litorânea ao norte do país. Ela começa na Guiana e se estende até o Rio Grande do Norte. A porção brasileira é dividida em cinco bacias sedimentares, que juntas têm 42 blocos.
São elas: Foz do Amazonas (localizada nos estados do Amapá e Pará), Pará-Maranhão (localizada no Pará e Maranhão), Barreirinhas (localizada no Maranhão), Ceará (localizada no Piauí e Ceará) e Potiguar (localizada no Rio Grande do Norte).