Por Metrópoles – O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) que era o verdadeiro administrador de uma empresa mantida no nome da mulher e da filha e que é suspeita de ter recebido dinheiro desviado de contratos da Prefeitura com entidades que fazem a gestão de creches na cidade.
O depoimento foi tomado em julho de 2022, no inquérito que investiga supostos desvios de recursos da educação paulistana por meio de creches terceirizadas. Na última terça-feira (30/7), a PF indiciou 111 pessoas suspeitas de participação no esquema e manteve aberta diligência para apurar possível envolvimento de Nunes.
No relatório, o delegado Adalto Machado afirma que “é suspeita essa relação do então vereador Ricardo Luís Reis Nunes, atual prefeito de São Paulo, com uma das principais empresas atuantes no esquema criminoso de desvio de verba pública do município de São Paulo”. O emedebista nega qualquer irregularidade.

A empresa citada pelo delegado seria uma “noteira”, especializada na emissão de notas fiscais frias, que seria usada pelas entidades que administram creches terceirizadas no suposto esquema de desvio de dinheiro público. A PF identificou que, em 2018, essa empresa repassou R$ 20 mil para a Nikkey Serviços, registrada no nome da mulher de Nunes, Regina, e da filha, Mayara.
No depoimento à PF, obtido pelo Metrópoles, o prefeito diz que as duas “não participavam da administração da empresa”. Segundo Nunes, o dia a dia da firma era tocado pelo seu irmão, Robson Nunes de Gouveia, e seu amigo Eduardo de Souza e Silva, enquanto ele cuidava da “coordenação” e se envolvia nas “grandes decisões” da empresa.
O Metrópoles questionou Nunes, por meio de sua assessoria, acerca dos motivos de ter mantido sua mulher e filha como donas de sua empresa, no papel, mas não obteve resposta sobre o assunto.
A assessoria do prefeito enviou nota na qual afirma que o inquérito foi finalizado a dois meses da eleição e que Nunes não está na lista de indiciados. “No procedimento, nunca houve nenhuma acusação contra Ricardo Nunes e a empresa Nikkey. Reforçamos: nenhuma acusação, nenhuma irregularidade”, diz o texto.









