Por Ricardo Antunes – Sem o brilho de ser novidade, o candidato da governadora Raquel Lyra (PSDB), Daniel Coelho (PSD), corre célere para amargar sua terceira derrota consecutiva no sonho que virou pesadelo – ser prefeito do Recife.
O pesadelo pode ser ainda mais aterrador: tudo indica que o ex tucano vai ter menos votos do que o bolsonarista Gilson Machado (PL). Em todas as pesquisas da pré-campanha, ele não ficou uma vez sequer à frente do ex ministro do Turismo.
Um provável terceiro lugar na disputa que aponta primeiro turno, com João Campos (PSB) nadando de braçada, vai além da humilhação política. E deve comprometer o que de fato ele mira: voltar à Câmara dos Deputados em 2026, após ser derrotado em 2024.
De nada adiantou Raquel Lyra lhe ter dado a Secretaria de Turismo, uma potente alavanca de votos. Ele até que se saiu bem na missão de gestor, mas o cargo não lhe ajudou eleitoralmente em nada.

Nas pesquisas de intenção de voto, Daniel Coelho tem aparecido com somente 5%, bem atrás dos 9% de Gilson Machado, e um índice de rejeição de 34%, o terceiro maior entre os candidatos à Prefeitura do Recife.
Inteligente, 45 anos, com mestrado em administração na Inglaterra, profundo conhecedor dos problemas do Recife, nem esses atributos foram suficientes para torná-lo competitivo na disputa.
Com dois mandatos de vereador da capital, um de deputado estadual e dois mandatos de deputado federal, Daniel Coelho perdeu as eleições para prefeito em 2012 e 2016 e na última, em 2020, teve a candidatura preterida para a da Delegada Patrícia, que acabou em quarto lugar.
Com uma equipe de comunicação fraca, o ex deputado não questionou as suspeitas de corrupção dos governos do PSB em nenhum momento do seu guia eleitoral.
É isso.