EXCLUSIVO
Por Luiz Roberto Marinho – A agressão com uma cadeira ao candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) e os assassinatos, esta semana, de dois candidatos a vereador em São Paulo e no Rio de Janeiro são apenas a ponta do iceberg. Com 128 casos, as eleições municipais provocaram um aumento de 117% nos casos de violência política ocorridos no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.
A informação é do último boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral, publicação trimestral da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). O levantamento identificou que os cargos políticos ligados à esfera municipal continuam sendo a categoria mais atingida pela violência.
Segundo a pesquisa, os vereadores lideram como os mais vitimados, com 51 casos (39,8% do total). Seguem-se nove funcionários da administração municipal (7%), nove prefeitos (7%) e três vice-prefeitos (2,3%). Juntas, essas categorias compreendem 56,3% de todos os episódios violentos computados entre abril e junho últimos.
As ameaças permanecem como o principal tipo de violência, com 47 registros (36,7%), enquanto os assassinatos somam 25 episódios, com destaque para o Rio de Janeiro, no qual houve seis casos de homicídios. Foram registrados 33 casos de violência contra pré-candidatos a cargos municipais, atingindo 23 partidos, entre os quais o PL, de direita, foi o mais afetado, com 15 episódios, seguido pelo PSB (11) e PP (também 11).
O PT, que costuma ser um dos partidos mais atingidos, aparece em quarto lugar, com 10 casos (7,8%). A pesquisa não conseguiu identificar a filiação partidária de 18 vítimas.
Independente da vítima ter ou não cargo político, considerando-se todos os casos contra lideranças que se intitulam pré-candidatas, o Observatório da Violência Política e Eleitoral anotou 33 casos (25,8%). Foram 17 episódios contra pré-candidatos a prefeito (13,3%), 14 contra pré-candidatos a vereador (10,9%), e dois casos contra pré-candidatos a vice-prefeito (1,6%).
Mostra a pesquisa que 97 lideranças eram homens (75,8%) e 31 eram mulheres (24,2%). O percentual de mulheres vitimadas aumentou 14 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior, revela o levantamento.
Informa ainda que no segundo trimestre o Sudeste foi a região de maior ocorrência, com 47 casos (36,7% do total). Em seguida, surge o Nordeste com 46 casos (35,9%), o Centro-Oeste, com 13 (10,2%), e o Norte e o Sul, com 11 casos cada (8,6% cada).
Por estados, São Paulo foi o mais atingido, com 21 casos, seguido por Bahia (15) e Rio de Janeiro (15). Vieram, em seguida, Ceará e Minas Gerais, ambos com oito casos cada (6,3% cada). Não foram registrados no segundo trimestre episódios de violência contra lideranças políticas no Acre, Amapá, Distrito Federal e Roraima.