Por Ricardo Antunes — É muita futurologia mas é uma guerra de trilhões por ano, e se descambar pra outras frentes de tecnologia, pode até dar numa nova guerra fria. A China tende a partir pra cima e desenvolver toda a tecnologia, aí divide o mundo em duas esferas de influência, tal qual na guerra fria. Tomara que como daquela vez não descambe pra conflito armado. Veja matéria do Globo:
A gigante chinesa Huawei Technologies foi proibida de fornecer equipamentos para as redes móveis da próxima geração do Reino Unido a partir do final deste ano. A decisão do governo britânico tende a aumentar as tensões entre Londres e Pequim.
De acordo com o projeto aprovado pelo primeiro-ministro Boris Johnson, as operadoras britânica não poderão adicionar novos componentes da Huawei às suas redes 5G após 31 de dezembro.
E todos os equipamentos da Huawei que já foram instalados terão de ser removidos da infraestrutura de 5G até 2027, disse o governo.
Johnson, seus principais ministros e altos chefes de segurança assinaram o plano em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional na terça-feira, antes de o secretário de Cultura e Tecnologia Oliver Dowden apresentar os detalhes em uma declaração ao Parlamento.

— Após sanções dos Estados Unidos à empresa e recomendações atualizadas de nossos especialistas em tecnologia, o governo decidiu que é necessário banir a Huawei de nossas redes 5G — disse Dowden à Câmara dos Comuns nesta terça-feira. — Essa decisão fornece à indústria a clareza e certeza de que precisa para fornecer 5G em todo o Reino Unido.
— O 5G será transformador para o nosso país, mas somente se tivermos confiança na segurança e resiliência da infraestrutura com que ele será instalado — acrescentou Dowden. — E a primeira coisa que precisamos fazer é garantir a proteção dos outros dois fornecedores neste mercado, como Nokia e Ericsson. Segundo, precisamos obter novos fornecedores, que começam com a Samsung e com a NEC. Já estamos trabalhando com nossos parceiros [EUA, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia] nessas alternativas.
O Executivo britânico apresentará uma nova lei de segurança para telecomunicações, que espera ver aprovada o mais rápido possível, para estabelecer “uma maneira irreversível de eliminar completamente os equipamentos Huawei de nossas redes 5G”, explicou Dowden.
A decisão de retirar os equipamentos da Huawei das redes britânicas representa uma grande mudança na política de Johnson no setor tecnológico e ameaça alimentar uma crescente disputa entre o Reino Unido e a China em um momento altamente sensível.
A China alertou que Johnson enfrentará “consequências” se o Reino Unido a considerar um “parceiro hostil”.

“Decisão decepcionante”, diz Huawei
Um porta-voz da Huawei afirmou que “infelizmente, nosso futuro no Reino Unido foi politizado. Isso tem a ver com a política de comércio dos Estados Unidos, e não com segurança”.
— Esta decisão decepcionante é uma má notícia para qualquer pessoa no Reino Unido com um telefone celular. Ameaça levar a Grã-Bretanha para uma internet mais lenta, elevar as contas e aprofundar a exclusão digital. Em vez de “subir de nível”, o governo está baixando o nível e pedimos que reconsidere. Continuamos confiantes de que as novas restrições dos EUA não afetariam a resiliência ou a segurança dos produtos que fornecemos ao Reino Unido — afirmou o porta-voz.
Na semana passada, o embaixador da China em Londres, Liu Xiaoming, havia alertado que excluir a Huawei poderia prejudicar a reputação internacional do Reino Unido e desgastar a confiança de outros investidores estrangeiros.
E sugeriu que isso mostraria que o país se dobra à pressão estrangeira”, em uma clara referência a Washington.

Nokia e Ericsson: ‘prontas’ para o 5G no país
Nokia e Ericsson, citadas por Dowden, não perderam tempo em comentar o assunto. O presidente da Nokia no Reino Unido, Cormac Whelan, disse que a empresa finlandesa tem “capacidade e experiência para substituir todos os equipamentos da Huawei nas redes do Reino Unido em escala e velocidade”.
— Estamos prontos para dar suporte à implementação da decisão do governo do Reino Unido com impacto mínimo nas pessoas que usam as redes de nossos clientes — afirmou.
Para Arun Bansal, presidente da sueca Ericsson para Europa e América Latina, a decisão “elimina a incerteza que estava desacelerando as decisões de investimento em torno da implantação do 5G no Reino Unido”.
— Agora é hora de a indústria se unir e começar a cumprir a promessa de criar uma rede 5G que seja líder mundial para as pessoas, empresas e economia do Reino Unido — opinou, — A Ericsson tem a tecnologia, a experiência e a capacidade na cadeia de fornecimento para ajudar a conseguir esse objetivo, e estamos prontos para trabalhar com as operadoras do Reino Unido para cumprir seu cronograma, sem interrupções para os clientes.