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Aos 70 anos, Alceu Valença diz que “o medo de ficar louco acabou”

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
21/09/2019 - 16:02
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Ao chegar aos 70 anos, Alceu Valença resolveu tirar o pó da farda que usava no início da carreira, guardada pela mãe desde os anos 1970. Renovou as fitas coloridas, que davam um ar festivo ao corte militar da camisa, e decidiu reviver nos palcos a época em que ainda não tinha invadido as rádios com o clima praiano de “Morena Tropicana” nem com a levada romântica de “Coração Bobo”.

Naquele momento, versos cifrados –muitos sobre a repressão na Ditadura Militar– se fundiam a uma sonoridade rock, embora os sons que lhe embalaram na infância estivessem todos lá desde o início: a novena, o maracatu e o baião. Luiz Gonzaga, na época, ficou intrigado com que o aquele pernambucano fazia no palco: “Parece uma banda de pífanos elétricos”, disse, certa vez, ao então novato.

A alquimia é agora redescoberta por novos fãs no show “Vivo! Revivo!”, lançado em CD e DVD. A fase tem feito a cabeça de músicos de fora, como os canadenses do Arcade Fire, impulsionando o relançamento em vinil de seus três primeiros álbuns, “Molhado de Suor” (1974), “Vivo!” (1976) e “Espelho Cristalino” (1977), além de um disco perdido, “Saudades de Pernambuco” (1979), gravado em Paris e nunca antes lançado no formato.

Embora ainda ostente a mesma cabeleira, e goste de sobrepor assuntos na conversa, o pernambucano diz que sempre teve medo das drogas e prefere não ser chamado de hippie. “No Brasil, não tem essa de hippie. Eu sou um cara contestador”, avisa.

“Não queria viver paz e amor naquele momento, era um momento de muita tensão, de não ter um ordenamento jurídico respeitado”, explica o músico formado em direito. Hoje, ele diz ainda ter receio sobre o rumo das investigações da Lava-Jato.

Enquanto segue na estrada com um show mais acústico, repleto de seus muitos sucessos, e com o reencontro dos amigos Elba Ramalho e Geraldo Azevedo em “O Grande Encontro”, ele se prepara para levar “Vivo! Revivo!” para Europa no início do ano que vem e goza de uma tranquilidade recém-adquirida:

UOL – Como é revisitar os anos de 1970?

Alceu Valença – Eu sempre digo que vivo em três tempos: passado, presente e futuro, tudo ao mesmo tempo. Daqui, depois da sua entrevista, eu vou almoçar e depois vou para a Europa. Já estou vivendo esse outro tempo. É sensacional. Estou usando aquele mesmo casaco que eu usava naquele show [“Vou Danado Pra Catende”, de 1976] e estava na casa da minha mãe. Só as fitas que tinham desbotado. E, se você quiser comparar, eu estou cantando tudo no mesmo tom.

O que você queria dizer naquela época com essas músicas?

Existem, em muitas dessas músicas, metáforas para eu me comunicar. Eu fui muito censurado. A diferença é que hoje eu falo os nomes dos meus amigos que estavam sendo torturados. Na época, eu não podia nominá-los. Aquela música “Edipianas N°1” é uma carta para ela falando do que estava acontecendo. Tinha aquele trecho de “Pontos Cardinais”: “Não quero essa boca jorrando pra dentro / Palavras e gritos e berros e luz / e línguas e lábios e dentes sangrando / No tapa, no berro, no braço e no murro”. No Brasil, não tem essa de hippie. Eu sou um cara contestador. Não queria viver paz e amor naquele momento, era um momento de muita tensão, de não ter um ordenamento jurídico respeitado.

E que realidade é essa de hoje?

O que existe hoje é uma ditadura internética. Dessa maneira o diálogo ficou meio complicado. Porque você fica com sua posição, o outro fica com a dele, não se conversa, não se conceitua. O pensamento está ficando um pouco limitado nesse sentido. Ficamos dentro de casulos. É meio complicado isso aí. Quando você fecha uma questão, você perde a possibilidade da discussão e a discussão sempre é salutar. Eu ainda sou meio socrático, meio aristotélico. Gosto muito de lógica… (pausa) Eita, homem doido da porra! Você não sabia que eu era tão doido assim, né? (risos)

Como você vê a crise política?

Estamos passando por um momento em que saiu uma presidente que foi eleita, problemas que aconteceram agora com investigações, que não existia no Brasil. É muito bom ter empresários presos também, gente rica. Mas, “nem todo o beijo é pecado / nem toda fruta é maçã / nem todo réu é culpado / nem toda culpa é cristã” [trecho da canção “Bobo da Corte”, de sua autoria]. No momento que você julga alguém e esse alguém não foi condenado, a coisa é tão grande que ele nunca mais deixará de ser ladrão. Que se procurem tudo o que acontece de roubo entre as empresas privadas, os políticos, tudo tudo tudo tudo. Apoio totalmente. Mas sou formado em direito, e digo o seguinte: tem que ter prova, e tem que ser contundente, para você não lavar as mãos como Pôncio Pilatos.

Em “Papagaio do Futuro”, você conta que previu a crise do petróleo. Que, ironicamente, ainda é uma questão hoje em dia…

As petroleiras internacionais estão todas de olho no pré-sal também, que antigamente não valia nada. Ah, não valia? Não estou entendendo. Agora Dinamarca comprou, todo mundo quer comprar. Mas, velho, se não valia porque era de difícil prospecção, então por que comprar? Não consigo entender.

O que mais você previu?

O muro de Berlim. Quando fui para a Alemanha oriental eu disse ali que ele ia cair. Por causa do papel higiênico. A bunda do comunista não iria aguentar aquele papel higiênico que era uma lixa.

No show, você faz questão de dizer que naquela época não existia as drogas na sua vida…

Comigo não. Eu dizia “experimentei e não gostei” para não criar agonia nas pessoas. Meu problema todo é que eu morava no Recife, e um colega teve um problema psicanalítico quanto eu tinha 12 anos. A mãe dele falou que ele devia ter fumado maconha, aí comecei a ficar reticente. Na minha família –que é muito grande, meu irmão, é uma das maiores do Brasil–, tinha doido que só a porra também. Eu já tinha fama de doido, era conhecido como o “doidinho de dona Delma” quando eu era pequeno. As drogas mais pesadas eu também não entrava. Hoje não bebo faz uns dez anos. Eu tenho depressão quando eu bebo. O último porre que eu tomei em Portugal, no ano passado, eu enchi a cara. A gente entrou em um lugar que era “all inclused”. Na hora, eu fico alegre, é uma coisa inacreditável a minha alegria. Depois, são três dias de cama de tristeza. Deixa eu ficar doido sem drogas, que é melhor para mim. Já sou agoniado. Já sei que não vou ter surto nenhum, porque meu irmão Aécio disse para mim esses dias: “O medo de ficar louco acabou. Depois dos 50 ninguém fica mais maluco”.

Chegou aos 70 tranquilo, então.

Estou com 07. Eu corro, eu ando, eu sou infantil, às vezes. Eu brinco, eu ando dez mil passos por dia, eu pulo no palco do jeito que eu quiser. O tempo para mim não tem tempo.

Tiago Dias

Do UOL, em São Paulo

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Ricardo Antunes

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Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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