Da Folha de S. Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um novo encontro na noite de sexta-feira (11) com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (sem partido), cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo petista. Na conversa, os dois avançaram nas negociações para a formação da aliança e estabeleceram o mês de março como momento em que o acordo deve ser anunciado oficialmente.
O encontro ocorreu na casa do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), um dos principais articuladores da chapa e pré-candidato ao Governo de São Paulo. Nas próximas semanas, Lula e Alckmin vão se dedicar à definição do partido a que o ex-governador vai se filiar para se candidatar ao lado do petista. As conversas com o PSB são as mais avançadas, mas aliados da dupla dizem que outras opções estão na mesa.
O grupo quer acertar a nova legenda de Alckmin e oficializar a chapa com Lula em meados do mês que vem. A ideia, com isso, é facilitar a migração de deputados para o mesmo partido do ex-governador antes do fim do prazo para filiações partidárias, no dia 2 de abril (seis meses antes da eleição).
Lula tem defendido em diversas conversas reservadas tanto com correligionários como com integrantes de outros partidos a escolha de Alckmin como seu vice. A opção do ex-tucano é considerada irreversível por petistas próximos do ex-presidente.

Integrantes do PT dizem que a tendência é que Alckmin vá para o PSB, apesar de divergências que as siglas estão enfrentando na negociação de uma federação partidária. Conversas com outros dirigentes partidários devem ocorrer nas próximas semanas.
Para concretizar a aliança com o petista, Alckmin deixou o PSDB em dezembro do ano passado.
O novo encontro com Lula também ocorre em meio a articulações do petista para garantir a candidatura de Haddad ao Governo de São Paulo.
O ex-presidente diz a aliados ver pela primeira vez chances reais de o PT vencer o governo do estado. Lula argumenta que a presença de Alckmin na sua chapa e também a possibilidade de o ex-governador paulista trabalhar por Haddad é um dos fatores que o levam a acreditar na vitória petista.
O ex-presidente também tem dito acreditar que a aliança com Alckmin configura um aceno a setores de centro e centro-direita e que isso, por si só, impactará positivamente a campanha de Haddad.

Ao mesmo tempo que está próximo do ex-prefeito da capital paulista, porém, o ex-tucano mantém conversas com Márcio França (PSB-SP), que também quer se candidatar ao Governo de São Paulo.
França foi vice-governador paulista de janeiro de 2015 a abril de 2018, quando assumiu o governo na saída de Alckmin para disputar a Presidência.
Caso não seja consolidado um acordo para que um dos dois desista da disputa, ambos esperam contar com a ajuda do ex-governador na campanha. Tanto França como Haddad são apontados como articuladores da ideia de Alckmin ser vice de Lula.







