Da Redação do Blog – Em live para o blog nesta terça-feira (14), o professor e pesquisador da Universidade de Pittsburgh, Ernesto Marques Jr. reafirmou que o mundo passa por um momento difícil, sem previsão para vacina contra o novo coronavírus e que cada indivíduo deve fazer sua parte para ajudar os governos a superar a crise.
Ponderado, o Doutor em Farmacologia e Ciências Moleculares pela The Johns Hopkins Univeristy School of Medicine, diz que o isolamento total seria impossível, pois faltaria comida e serviços essenciais para a população: “Não acho que a solução seja todo mundo acastelado para evitar se contaminar”. Mas tentar continuar a vida normal, também não daria certo, segundo ele: “fingir que o problema não existe, também não é o caminho: É uma polarização burra”, diz.
O pesquisador ressalta que, com ou sem “lockdown”, a pandemia tem efeitos terríveis para a economia, e ao “não fazer nada”, os governos ajudam a piorar a crise e atrasar a recuperação econômica.
Isso ocorreria, segundo ele, porque o coronavírus é muito letal, e ao não tomar medidas de isolamento e controle, os países tenderiam a registrar uma taxa de letalidade de 4%, em média: “Quatro por cento de mortes não é trivial! Para se ter uma noção: é como se uma em cada 25 pessoas que você conhece morresse”.

Experiência internacional
Diversos países tiveram êxito para conter a contaminação de covid-19, utilizando as mais variadas estratégias. A China, por exemplo, implantou o “lockdown” mais rigoroso do mundo, além de monitoramento de cidadãos. Singapura investiu em rastreamento “utilizando até mesmo tornozeleiras eletrônicas”.
Para Ernesto Marques Jr., as melhores experiências foram a da Coreia do Sul e Nova Zelândia, que “investiram em testagens massivas para identificar pessoas contaminadas”. O Brasil, no entanto, é um dos países que menos testa seus cidadãos.
Sem previsão de quando a vacina ficaria pronta, o pesquisador diz que precisamos nos preparar para voltar as atividades normais com o máximo de segurança. Para isso, as pessoas “devem fazer a sua parte para evitar a disseminação da covid-19, se conscientizar, utilizar máscaras, lavar as mãos, sair o mínimo necessário”, diz.
No entanto, ele vê a possibilidade de um isolamento menos rígido e mais seguro: “o foco deveria ser diluir os germes”. Ou seja, se empresas e governos querem retomar a economia, eles deveriam readequar ambientes como lojas, transportes públicos e ambientes de trabalho, com maior espaçamento entre as pessoas.