Por Ricardo Antunes – Depois de críticas do mundo todo, o presidente Jair Bolsonaro enfim baixou o tom no seu pronunciamento de rádio e TV. Não defendeu mais o fim do isolamento social, como havia feito na semana passada em outro pronunciamento.
O que ele chamava de “gripezinha” e “fantasia”, hoje foi classificada como o “maior desafio”.
Ele também pregou a “colaboração” e a “união” com todos, inclusive governadores, criticados por ele nas últimas semanas pelas medidas tomadas contra o coronavírus.
Intransigente, o presidente poderia ter feito esse mesmo discurso um mês atrás. Ao invés disso, preferiu brigar com a ciência, ir de encontro a todos os países do mundo, ficar enciumado com o trabalho do seu ministro Mandetta, e tentar jogar a população contra a tese do isolamento social, que todo seu governo defende; além de fomentar um duelo com os governadores às vésperas das piores semanas do Covid-19 no Brasil.
Na verdade, a mudança de discurso teve forte influência da ala militar que há dias tenta ponderar com o presidente que o estilo de confronto numa hora difícil como essa equivale a um “suicídio político”.
O problema, depois da bandeira branca que ele mostrou hoje, é o dia seguinte. E ninguém tem dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, ele vai voltar a “aprontar”.
Oremos, pois.