Da Redação do Blog – Impulsionados pela TV Globo, produtora do filme, os brasileiros comemoraram em várias capitais o Oscar, melhor filme internacional, de Ainda da Estou Aqui, como uma final de Copa do Mundo.
No Recife, o bar Super Oito, no bairro da Boa Vista, frequentado por cinéfilos, promoveu o concurso de sósia da atriz Fernanda Torres. Venceu a atriz e cantora Louise França. Ela concorreu junto com seu próprio “Oscar”; no caso um amigo que conheceu pouco antes de começar a competição, o analista de sistemas Nestor Alves, que se fantasiou como a estatueta do Oscar.
O Sambódromo, no Rio, onde desfilam as escolas de samba, explodiu de alegria quando o locutor oficial dos desfiles anunciou o Oscar.. “Atenção, Sapucaí: Vencemos na categoria “Melhor filme internacional”. Vamos comemorar! Parabéns, Walter Salles. Parabéns, Fernanda Torres! Parabéns, Brasil! O Oscar é nosso!”, anunciou o locutor Vanderlei Borges no sistema de som do Sambódromo.
Houve comemoração em telões instalados em bares, como em Belo Horizonte e São Paulo, e até em uma oca. A Globo transmitiu ao vivo a comemoração dos indígenas da aldeia Inhaã-bé, nas margens do rio Tarumã-Açu, na zona rural de Manaus, onde, no início de fevereiro, foi inaugurada a primeira sala de cinema em território indígena do Norte do Brasil. A festa na oca se justificou pelo trabalho da viúva Eunice Paiva, como advogada, em favor dos indígenas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/E/k/FilL10QzGmHjr40AMc0g/vencedora2.jpeg)
O anúncio do Oscar de melhor filme internacional foi feito pela atriz espanhola Penélope Cruz. Quem recebeu o prêmio foi Walter Salles. O filme do diretor concorreu com “Emilia Pérez” (França), “Flow” (Letônia), “A semente do fruto sagrado” (Alemanha) e “A garota da agulha” (Dinamarca).
“Obrigado, primeiramente, em nome do cinema brasileiro. Eu estou muito honrado em receber isso nesse grupo extraordinário de cineastas”, disse Walter Salles, que dedicou o prêmio a Eunice Paiva, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
“Isso vai para uma mulher que depois de uma perda, sofrida por causa de um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio vai para ela, o nome dela era Eunice Paiva. E vai para duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”.
O filme conta a trajetória de Eunice Paiva, mulher do ex-deputado Rubens Paiva, que é sequestrado, torturado e morto por oficiais do Exército durante a ditadura militar em 1971. Sem o marido e ela também vítima da brutalidade do Estado, Eunice passa a ser o esteio de uma família de cinco filhos. O roteiro é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, um dos filhos de Eunice e Rubens.
Além dos elogios da crítica internacional, “Ainda estou aqui” é um fenômeno nas salas do Brasil, onde já vendeu mais de 5,2 milhões de ingressos e arrecadou R$ 105 milhões nas bilheterias, o maior sucesso comercial nacional desde a pandemia de Covid-19.