Da Redação do Blog — Em meio a uma avalanche de críticas em torno da administração de Fernando de Noronha, o Conselho Distrital realiza na noite desta segunda-feira (21) reunião extraordinária para decidir como a comunidade irá se posicionar diante das últimas decisões da atual gestão da ilha, que podem afetar severamente o turismo e a vida de seus moradores e empresários. Para a reunião são esperados membros do Conselho, representantes de associações, ICMBIO, representante da administração, empresários e população em geral.
A principal reclamação dos trabalhadores do setor turístico é em relação à limitação do número de visitantes que, após decisão do STF em 24 de março deste ano, que homologou acordo entre União e Pernambuco para gestão compartilhada de Fernando de Noronha, passou a ser de 11 mil pessoas por mês, ou 136 mil por ano. Outra reclamação constante é em torno da maneira como a Administradora da ilha, Thallyta Figueirôa, vem conduzindo sua gestão.
“Depois de nove meses de atuação, ela ainda não tem um entendimento da nossa realidade e não apresentou nenhum planejamento para esta transição. Para piorar, mandou um de seus superintendentes informar de forma online, no último dia 17, que iria limitar o número de turistas na Ilha para 11 mil por mês, quando naquele dia já tinham entrado pouco mais de 9.500. Uma decisão unilateral e atrapalhada, que demonstra falta de conhecimento da dinâmica do turismo na Ilha”, relatou um empresário do setor, que não quis se identificar.
De acordo com dados da Administração da Ilha, em 2022, por exemplo, Noronha bateu recorde e recebeu 149.839 pessoas. Em contato com o blog, um dos representantes de associação, que também não quis se identificar, alertou que “366 turistas por dia é demanda de uma baixa estação. Agora que o trade está voltando ao normal e na medida em que vai se aproximando o fim do ano, a tendência é de aumento no fluxo de turistas. Essa limitação não levou em consideração a sazonalidade. A conta não vai fechar”.
O representante ressaltou ainda que todas as associações são contra as limitações relacionadas ao turismo no arquipélago. E lembra que a última limitação de acesso ao território foi no período da 2ª Guerra Mundial. “Noronha tem capacidade para acomodar todas as pessoas, o que precisa é de melhorias na infraestrutura e de um gestor que entenda dos problemas da Ilha, tenha força política e saiba dialogar com a comunidade de forma transparente e agregadora, o que não é o caso da atual gestora”, finalizou.