Tales Faria do UOL
Os líderes do Centrão acertaram com o presidente da Câmara uma nova estratégia para desmontar o discurso armado pelo governo para as manifestações de rua contra o Congresso neste domingo (26).
O Centrão –bloco informal que reúne cerca de 200 deputados em torno do PP, DEM, PR, PRB, MDB e SD– puxará a votação ainda nesta semana da MP 870 da reforma administrativa.
Ela estruturou a Esplanada dos Ministérios após a posse do presidente Jair Bolsonaro.
A ideia é retirar do substitutivo aprovado na Comissão Mista a criação das pastas das Cidades e da Integração, voltando à configuração inicial que as reunia no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Com isso, afasta-se o risco de a MP não ser votada e o governo ter que retornar à configuração administrativa da gestão de Michel Temer.
Também afasta-se a acusação de que o Centrão e Rodrigo Maia querem forçar a criação das novas pastas para indicarem ministros e demais cargos de segundo escalão.
Esse retorno à configuração antiga é um dos principais argumento usados pelos bolsonaristas na convocação das manifestações.
O acerto dos partidos de centro-direita, no entanto, mantém a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Justiça para o da Economia.O Centrão acredita que terá o apoio dos partidos de esquerda para a votação dessa forma, o que serviria para esvaziar um pouco as manifestações de domingo.
A decisão de votar da MP 870 suspende a obstrução às demais MPs, o que pode viabilizar a votação, também nesta semana da MP 863, que abriu a possibilidade de funcionamento no Brasil empresas aéreas com 100% de capital estrangeiro. A medida provisória vence na quarta-feira (22).






