Da redação do blog — O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), um órgão governamental responsável por combater lavagem de dinheiro e corrupção, identificou movimentações financeiras consideradas “atípicas” e “incompatíveis com o patrimônio” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente serviu como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o relatório do Coaf, foram detectadas nas contas do militar transações financeiras que não condizem com seu patrimônio, atividade econômica, ocupação profissional e capacidade financeira.
As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal O Globo e posteriormente confirmadas pelo UOL, ambos os veículos tiveram acesso ao documento. Esses dados foram encaminhados à CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que está investigando os acontecimentos ocorridos em 8 de janeiro, relacionados a atos golpistas.
O tenente-coronel Mauro Cid está detido desde 3 de maio sob acusação de fraudar cartões de vacinação para o ex-presidente e seus familiares, além de ser implicado em conversas com conteúdo golpista.

De acordo com o relatório do Coaf, o militar movimentou um total de R$ 3,2 milhões entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023. Esse montante inclui R$ 1,8 milhão em créditos e R$ 1,4 milhão em débitos.
O órgão considerou “movimentação elevada” o envio de remessas no valor de R$ 367.374 para os Estados Unidos em 12 de janeiro do mesmo ano — período em que Bolsonaro também estava no país. Ambos decidiram deixar o Brasil antes da posse de Lula como Presidente.
O Coaf suspeitou que essa movimentação possa indicar tentativa de evasão fiscal ou ocultação de patrimônio, levantando também indícios de lavagem de dinheiro.
Em resposta, o advogado Bernardo Fenelon, membro da defesa de Cid, afirmou em nota que “todas as movimentações financeiras do tenente-coronel Mauro Cid, incluindo as transferências internacionais, são legítimas e já foram devidamente esclarecidas para a Polícia Federal”.
Fenelon também destacou que não fornecerá explicações adicionais sobre as transações, pois “todas as manifestações de defesa são realizadas apenas nos autos do processo”.