Da Redação – Com cinco cidades entre as mais violentas do país, segundo o Anuário de Segurança Pública divulgado no último dia 20 de julho, Pernambuco lançou, nesta segunda (31), novo conjunto de ações para encarar a criminalidade. Faz parte do “Juntos pela Segurança”, por exemplo, a abertura de concursos para 3.805 novos policiais bombeiros.
Serão 3.360 vagas para praças e oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e 445 profissionais para a Polícia Civil (delegados, agentes e escrivães). A seleção acontecerá num prazo de 60 a a 90 dias. “Vamos contar como todos para que o estado tenha paz social”, declarou a governadora Raquel Lyra (PSDB).
O programa é uma promessa de campanha e vinha sendo esperado desde o início do ano. Na solenidade, no Centro de Convenções, em Olinda, a governadora assinou a nomeação de 338 policiais penais e anunciou a criação da Secretaria do Sistema Penitenciário.
Também afirmou que vai investir na troca de lâmpadas em áreas de maior incidência de crimes e na compra de armamentos. “Temos em recursos de mais de R$ 1 bilhão para custeio da segurança em Pernambuco”, disse.
O novo plano pretende articular ações de prevenção e repressão ao crime. São os seguintes pilares:
- Atuação em territórios, priorizando áreas com mais mortes violentas, roubos e crimes contra a mulher
- Governança integrada com as prefeituras, dando suporte a estratégias de defesa social.
- Ação de várias secretarias e foco em emprego, renda e trabalho de segurança em escolas
- Escuta da população para saber quais seriam as prioridades de ações em cada região
Sobre as consultas públicas, a governadora disse que um site foi lançado para receber as propostas. “É o www.juntospelasegurança.gov.br. Vale a pena acreditar nesse engajamento”, afirmou.
No lançamento, o secretário de Planejamento, Fabrício Marques, divulgou alguns dados que mostram a situação da violência. Segundo ele, “há oito anos, estamos patinando nesses números”. O prazo é uma referência a gestões de Paulo Câmara,(ex-PSB).
“Foram mais de 2,4 mil, assassinatos, 431 mil, pessoas roubadas nas ruas e 50 carros levados por dia, em 2022, no Estado”, afirmou. Ele também apontou problemas, considerados crômicos.
“Faltam ações de prevenção, programas sociais, articulação de dados, concursos para policiais, uso de tecnologias e temos infraestrutura precária”, disse.
O secretário afirmou que até o fim de agosto, serão realizadas oficinas com a participação de gestores, policiais e especialistas, além da população, para ajudar a construir o plano de segurança.
A secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, afirmou que “pela primeira vez”, o estado terá um programa de segurança pública, com protocolos específicos, criados em parceria e diálogo.
Ela citou dados dos seis primeiros meses de gestão. “Tivemos queda de 1,3% nas mortes violentas em relação ao mesmo período de 2022”, comentou.
A ausência do prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi notada. O secretário de Segurança Cidadã, Murilo Cavalcanti, representou o gestor na cerimônia.
Violência
O Anuário apontou que o estado registrou 3.423 mortes violentas em 2022. Assim, foi interrompida uma sequência de quatro anos de redução do número de homicídios.
O fórum leva em consideração a taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) nas cidades em que há mais de 100 mil habitantes.
A taxa corresponde ao número total de vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais a cada 100 mil habitantes.
Entre as cidades mais violentas do país, segundo o documento, está o Cabo, que ocupa a quinta posição no ranking nacional, tem taxa de 81,2 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Outras quatro cidades pernambucanas aparecem no ranking, com as seguintes taxas de homicídios por 100 mil habitantes. São elas:
- Vitória de Santo Antão ((51,5);
- São Lourenço da Mata (50,3);
- Garanhuns (44,9);
- Jaboatão (44,6)