Do G1 — Durante um processo de mudança, funcionários da Cidade das Artes encontraram a CPU de um computador em um duto de ar-condicionado. Eles foram verificar um vazamento durante o processo de transferência de andar da Riotur na semana passada. A CPU é a parte principal da máquina, que guarda dados e informações.
A Polícia Civil foi acionada e chegou ao local para analisar o material encontrado. Uma equipe de peritos explicou que dois trabalhos vão ser feitos, um para colher impressões digitais na CPU e outro para saber a quanto tempo a CPU foi colocada nesse local.
O equipamento foi encontrado vazio, sem unidade de armazenamento (HD) ou memória. Contudo, os policiais encontraram uma identificação da Prefeitura na máquina.
Segundo os investigadores, o objetivo agora é tentar descobrir quem era o servidor público que utilizava o computador.
“Aparentemente uma torre de computador, um desktop, vazio, sem drive, sem hd, só com a fonte de energia. Não tem nenhum dispositivo interno. Agora, vamos tentar entender esse lapso de tempo. Saber a quanto tempo esse gabinete está lá em cima e recuperar o número de patrimônio para saber a que setor pertencia e que servidor utilizava essa máquina”, disse o delegado Clemente.

QG da propina
Na gestão de Marcelo Crivella, a Riotur funcionava no quinto andar do prédio. Na mudança, a administração da agência de turismo municipal vai para o quarto andar.
Os funcionários foram investigar um vazamento no teto e encontraram a máquina.
A CPU estava protegida por uma espuma. Os funcionários deixaram a máquina no local onde acharam e acionaram a polícia.
A delegada da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro da Polícia Civil está indo até o local com a equipe para olhar a máquina no começo desta segunda-feira (11). O duto onde estava a CPU foi mantida isolado.
A CPU foi encontrada em uma sala dos fundos, onde ficava a vice-presidência da Riotur, alvo de operações por suspeita de fraudes no órgão. No mesmo andar funcionava a presidência e salas da diretoria. Uma delas era ocupada por Rafael Alves, apontado como operador do chamado “QG da propina”. De acordo com as investigações que levaram à Operação Hades, ele seria o chefe de um esquema de corrupção na Prefeitura do Rio.
As investigações do Ministério Público no âmbito da operação apontam que o empresário Rafael Alves dava ordens na administração municipal, mesmo sem ocupar cargos.
Ele e o ex-prefeito Marcelo Crivella foram presos no dia 22 de dezembro em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio. No esquema, de acordo com as apurações do MP, empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela gestão municipal.