*Por Rafaela Karla da Redação do Blog – Nesta quarta ( 28), Tabata Claudia Amaral de Pontes uma cientista política, astrofísica, deputada federal e ativista pela educação brasileira, que atualmente está sem partido. É deputada federal por São Paulo, tendo sido a sexta candidata mais votada no estado, com 264 mil votos, nas eleições de 2018. Ela fez uma noite de autógrafos na livraria jaqueira no Recife antigo, para o lançamento do seu livro, Nosso lugar: “O caminho que me levou à luta por mais mulheres na política”.

O relato de uma trajetória excepcional e um manifesto por uma sociedade mais justa. Em Nosso lugar, Tabata Amaral narra a sua trajetória até a campanha que a elegeu deputada federal como a segunda mulher mais votada no país. Companheira extra- oficial do Prefeito do Recife João Campos, conheçam a história da parlamentar.
O ROMANCE

Em setembro de 2019, João Campos, deputado federal pelo PSB, e a colega Tabata Amaral, deputada federal pelo PDT, começaram um romance entre uma bancada e outra da Câmara. Na mesma época, já era grande a admiração do deputado federal Glauber Braga pela também deputada Sâmia Bomfim, sua companheira no PSOL. Sem falar em Lindbergh Farias, ex-senador, que já conhecia de longa data a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Resultado: todos estão namorando.
João Campos foi noivo durante anos de Lara Santana. Quando começaram os boatos de um affair com Tábata, os dois já haviam terminado, mas mantinham a amizade e fotos do namoro nas redes sociais. Desde que os jovens deputados assumiram o relacionamento, inclusive com João levando Tábata para passar o réveillon com a família em Pernambuco, Lara desfez a amizade e deletou os registros.
Tabata passou a frequentar constantemente o reduto eleitoral de João, filho do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto num acidente de avião, em 2014. Durante o carnaval de Recife e Olinda, o casal fez uma peregrinação pelos blocos mais tradicionais dos locais.
QUEM É TABATA?

A deputada federal com 264.450 votos em 2018 – a sexta mais votada do Estado de São Paulo. A resposta para todas as perguntas é não.
Tabata nasceu em 1993, filha de uma bordadeira e um cobrador de ônibus, e foi criada na Vila Missionária, bairro no extremo sul da capital paulista. Aos 11 anos, participou da 1ª Olimpíada Brasileira de Matemática para Escolas Públicas (OBMEP).
O bom desempenho nas competições de matemática fez com que o colégio Etapa lhe condesse uma bolsa de estudos em 2007. A escola chegou a se responsabilizar por sua estadia, alimentação e transporte, já que os pais dela não tinham condições de arcar com essas despesas.
Ao terminar o ensino médio, Tabata havia ganhado mais de 40 medalhas em competições de matemática e ciências, tendo integrado as equipes brasileiras e sido medalhista em 5 competições internacionais. Antes de dar aulas de química e astrofísica no colégio, ela iniciou seu ativismo pela educação em 2010, sendo uma das criadoras do projeto VOA! (Vontade Olímpica de Aprender). O VOA! Prepara até hoje alunos de escolas públicas para olimpíadas científicas.

Meses depois de começar o curso de Física na USP, Tabata foi aceita com bolsas de estudo integrais em 6 universidades americanas. No segundo semestre de 2012, reiniciou sua graduação nos Estados Unidos, dessa vez em Astrofísica, seguindo seu sonho de ser astrofísica. No entanto, no segundo ano de faculdade, percebeu que sua missão estava na educação e mudou o foco de seus estudos para políticas públicas. Tabata se formou em Ciência Política com curso secundário em Astrofísica e, ainda em Harvard, passou a estudar a fundo os principais problemas da educação pública brasileira.
Em 2013, Tabata fez um estágio na Índia que lhe permitiu comparar o sistema educacional indiano com o brasileiro, e também se tornou bolsista da Fundação Estudar. Em 2014, ela e dois amigos fundaram o Mapa Educação, movimento que engaja e forma ativistas de todo o Brasil, tendo como missão a promoção de políticas públicas efetivas para a educação. Também em 2014, ela trabalhou nas secretarias de Educação de Sobral (CE) e Salvador (BA). Em 2015, ajudou a organizar a 1ª edição da Brazil Conference – evento anual organizado pela comunidade de brasileiros que estudam em Boston. Foi uma das responsáveis pelo primeiro pilar de educação da conferência. No mesmo ano, se tornou Lemann Fellow, o que lhe
permitiu integrar uma rede de brasileiros que buscam soluções para os maiores problemas sociais do país, ainda que não recebesse uma bolsa, pois já contava com a bolsa de Harvard.
Com a morte do pai e a mãe desempregada durante o período da faculdade, Tabata trabalhou como babá e secretária, entre outras atividades, para poder ajudar sua família no Brasil. Ela também recebeu uma ajuda de custo da Fundação Estudar, que foi devolvida com muita gratidão com o primeiro salário de deputada.
Pouco tempo depois, Tabata viu no programa Jovem RAPS, onde foi aprovada em 2017, uma oportunidade de integrar uma rede de pessoas que querem impactar o setor público. Neste ano, também ajudou a fundar o movimento Acredito, organização suprapartidária que busca a renovação de ideias, práticas e pessoas na política.
Em 2018, foi aprovada com bolsa em cursos da RAPS e do RenovaBR. A RAPS tem como foco a formação de líderes públicos em diversas áreas, como economia, saúde e educação, enquanto o RenovaBR foca na formação de jovens lideranças políticas de todos os partidos.

A CAMPANHA
A decisão de sair candidata foi de última hora. A escolha pelo PDT se deu pelo compromisso do partido com a educação pública e por conhecer de perto o trabalho exemplar da prefeitura de Sobral (CE) na área. Foram poucos meses de muito trabalho compartilhado com cerca de 5 mil pessoas entre voluntários e apoiadores de sua candidatura.
Nas redes sociais, a presença durante a campanha ainda era pequena – cerca de 20 mil seguidores no Instagram. Muita sola de sapato e voluntários e apoiadores de todo o estado fizeram com que algo muito pouco provável fosse possível. O financiamento da campanha foi mais uma demonstração da força do coletivo: foram 429 doações, sendo que nenhuma doação representou mais do que 10% do orçamento total.