Por Daniel Biasetto e Chico Otavio de O Globo
RIO — Uma operação da Polícia Federal, desencadeada na manhã desta terça-feira, mira o desembargador Siro Darlan . Agentes cumprem 11 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), na casa dele, na Gávea, na Zona Sul do Rio; em seu gabinete, no Tribunal de Justiça do Rio (TJ), no Centro; em seu escritório na Barra da Tijuca e em um endereço ligado a ele no município de Resende, no sul Fluminense.
A ação da PF, denominada “Plantão”, fez buscas também na casa do filho de Darlan, Renato Darlan, e de um homem identificado como sendo um miliciano. As medidas cautelares foram dadas pelo ministro do STJ Luis Felipe Salomão.

Siro Darlan é alvo de um inquérito no STJ, que apura a venda de sentenças no Fórum da capital, conforme revelou o GLOBO no final do ano passado . O desembargador foi quem mandou soltar os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus , menos de 24 horas depois de o casal ser preso, no início deste mês.
Em dois casos investigados, detentos teriam sido beneficiados por decisões de Darlan . Num deles, foi anexada a colaboração premiada de um dos envolvidos, que afirmou ter ouvido de um dos presos sobre o pagamento a um intermediário do magistrado: R$ 50 mil para ser solto. Inicialmente, segundo o delator, o lance foi de R$ 120 mil, mas caiu para menos da metade dividido em duas parcelas.
Darlan é um magistrado controverso no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) pelas decisões recorrentes de dar liberdade a presos em plantões judiciais. Além dos inquéritos no STJ, também é alvo de uma representação na presidência do TJ-RJ, assinada pelos outros quatro desembargadores da 7º Câmara, e uma investigação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apurar faltas disciplinares.







