Da redação do blog — O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu à CPMI do 8 de Janeiro nesta terça-feira (11) para prestar depoimento. Ele afirmou que, devido à natureza de sua função, era exigido que ele seguisse todas as ordens do chefe do Executivo. Durante sua oitiva, Cid decidiu exercer seu direito de permanecer em silêncio como investigado.
Em sua declaração inicial, Cid também apresentou uma parte de seu currículo militar e explicou suas responsabilidades enquanto ocupava o cargo de ajudante de ordens. Ele ressaltou que, devido à natureza de sua função, não questionava os assuntos tratados nem as solicitações feitas. O tenente-coronel compareceu à CPMI trajando sua farda.

Cid está detido desde 3 de maio como resultado de uma operação da Polícia Federal que investiga a suposta inserção de dados falsos em cartões de vacinação contra a covid-19.
A PF encontrou trocas de mensagens no celular de Cid que indicam uma suposta tentativa de articular um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ele tem o direito de permanecer em silêncio em relação às questões sobre as quais está sendo investigado, mas deverá responder a outras perguntas.
Durante a comissão, Cid listou oito investigações para justificar seu silêncio. Entre elas está o caso da suposta inserção de dados falsos em cartões de vacinação, que resultou em sua prisão. Ele também mencionou o caso das joias recebidas da Arábia Saudita, o vazamento de inquéritos da PF e os atos extremistas do 8 de Janeiro.
A seguir está a declaração completa de Mauro Cid, na qual ele se baseia para manter-se em silêncio:
“Sou investigado pelo Poder Judiciário, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, até onde tenho conhecimento, em pelo menos 8 investigações criminais, sendo elas: a suposta participação em incitação do atos de 8 de janeiro; a suposta falsificação de cartões de vacinas; a suposta fraude na retirada de presentes recebidos pelo ex-presidente [Jair Bolsonaro]; supostas irregularidades em pagamentos recebidos em nome do ex-presidente e ex-primeira-dama [Michelle Bolsonaro]; o suposto vazamento de inquérito sigiloso da Polícia Federal; a suposta divulgação de notícias inverídicas, fake news; o suposto envolvimento em milícias digitais; e o suposto envolvimento em atos antidemocráticos no ano de 2019.”