Por Larissa Motta – A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de suspender por tempo indeterminado o retorno das sessões presenciais em plenário, vem dividindo opiniões na Casa. Sobretudo entre os funcionários, uma vez que a medida, justificada pela necessidade de combater a disseminação da Covid-19, só beneficiou os parlamentares.
“Se a medida se deu por questão sanitária, tem que abranger todo mundo. Não só para o parlamentar”, criticou um funcionário em reserva. “Essa medida visa a diminuir a circulação de pessoas nas dependências desta Casa Legislativa, preservando a saúde não só dos parlamentares, mas também dos servidores e dos colaboradores, considerando os efeitos da pandemia”, diz a decisão.
Entretanto, se sabe que a medida nada mais é do que uma manobra, visto que 2022 é um ano eleitoral. Trabalhando remotamente, os deputados permanecem em seus redutos eleitorais, garantindo as atividades necessárias para a reeleição. Além disso, garantem também uma menor possibilidade de avanço de projetos polêmicos.
“Não é apenas uma discriminação para com os demais funcionários da Casa, é um claro sinal de esperteza, principalmente quando todos os trabalhadores do país já voltaram às suas rotinas normais de trabalho. Como se pode falar em pandemia na Câmara, quando até os eventos estão liberados e tem até estado descartando o uso de máscaras?”, rechaçou o funcionário.