Da CNN — Uma conversa dura, sem avanços e marcada por alertas sobre possíveis sanções internacionais. Assim foi o jantar entre o ministro do STF Gilmar Mendes e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado na última segunda-feira (28). O encontro foi intermediado por Rodrigo Maia e teve a presença de Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado; e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara.
Os bolsonaristas sugeriram como caminho para reduzir a crise entre Judiciário e oposição o envio das ações contra Bolsonaro à primeira instância. Durante a conversa, foi mencionado que os Estados Unidos estavam prestes a aplicar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, com foco em Alexandre de Moraes.
Segundo relatos, Gilmar respondeu que, caso as sanções se confirmem, o Supremo poderia reagir determinando que instituições financeiras no Brasil não cumpram ordens externas.
Apesar do clima difícil, a conversa abriu uma possibilidade de novos diálogos. Na terça (29), Gilmar falou por telefone com o advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro de Bolsonaro, em um tom considerado mais ameno. A avaliação entre aliados é que o voto divergente do ministro Luiz Fux pode representar uma brecha para reverter o cenário jurídico do ex-presidente.
A pacificação ainda parece distante, mas o canal entre o STF e o entorno bolsonarista continua aberto.