Da Redação do Blog – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representando o Partido dos Trabalhadores (PT), proferiu hoje seu primeiro discurso na abertura da 28ª Conferência das Partes (COP 28) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, sediada em Dubai, nos Emirados Árabes.
Em sua fala impactante, o ex-presidente brasileiro destacou a necessidade urgente de realocar recursos financeiros significativos atualmente destinados aos gastos militares para questões críticas, como a fome global e os desafios impostos pela mudança climática. Lula questionou o elevado custo ambiental dos armamentos, enfatizando as emissões de carbono associadas aos mísseis utilizados em conflitos ao redor do mundo, especialmente aqueles que afetam civis inocentes, incluindo crianças e mulheres.
“Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres?”, questionou o presidente em seu discurso, instigando uma reflexão sobre as prioridades globais.
Lula também abordou a questão da desigualdade, afirmando que não é possível enfrentar efetivamente a mudança climática sem simultaneamente combater as disparidades de renda, gênero e raça que persistem em todo o mundo. Ele argumentou que a comunidade internacional deve encarar essas questões como interligadas, destacando a importância de abordar a justiça social e ambiental de forma integrada.
Além disso, o ex-presidente brasileiro não poupou críticas à postura da ONU, sugerindo que a organização não tem conseguido manter a paz global devido à participação de países membros que, segundo ele, lucram com conflitos armados. Ao mencionar países como Rússia, Ucrânia e Israel, Lula levantou a questão da incoerência entre os objetivos de paz da ONU e a presença de nações envolvidas em conflitos.
“Governantes não podem ser eximidos de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos, além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas, que são hoje mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos”, declarou Lula, reforçando o comprometimento do Brasil com a agenda climática global.
A COP 28, que se estenderá por duas semanas, reúne líderes de todo o mundo, diplomatas, cientistas, representantes da sociedade civil e entidades privadas com o objetivo de debater e buscar soluções para a crise climática provocada pela atividade humana. O discurso de Lula, com sua ênfase na realocação de recursos e na conexão entre desigualdade e mudança climática, promete contribuir para as discussões cruciais que moldarão o futuro das ações globais em prol do meio ambiente.