Da Folha-PE – A jornalista Mônica Silveira lançou o livro ‘Histórias de uma repórter de TV’, que foi lançado pela Cepe hoje a noite (3), no Cais Rooftop, no Bairro do Recife. A obra de 352 páginas é uma espécie de autobiografia, onde expõe situações de bastidores de reportagens feitas pela jornalista, sobre os mais diversos assuntos, além de várias fotografias.
Estimulada por seus filhos Pedro e Marina, a repórter da Globo escreveu o livro durante as férias de julho de 2020. ” “Meus filhos me incentivaram: ‘vai, mãe, você gosta tanto de escrever’. Então comecei. Curti tanto que me dedicava a essa atividade das 6h30 às 20h”, conta. Sem seguir uma ordem cronológica, a jornalista narra a cada capítulo as etapas das matérias.
“Escolhi as reportagens que mais me marcaram, um critério que é pergunta frequente nas palestras que ministro. Também contei com a ajuda de meus colegas de redação, que me clarearam fatos importantes dos quais eu não me recordava. Quis ainda mostrar a evolução da Globo de Pernambuco e da tecnologia”, comenta.

Uma dessas reportagens difíceis de fazer foi a cobertura da morte do ex-governador Eduardo Campos, em 2014. “Cheguei em casa aos pedaços. Foi impossível conciliar o sono. Aquele pesadelo dominava minha mente”, recorda a repórter.
Ela conta que outras pautas também foram muito tensas, entretanto Mônica conta qe produziu conteúdos mais brandos.
“Em 1996, fiz uma reportagem sobre como escolher e conservar ovos. Nem imaginava que eles escondiam tantos segredos”. Os editores do Jornal Nacional gostaram tanto que pediram a Mônica mais vídeos com aquela linguagem. “Fui convidada a bater um papo com a equipe do principal jornal da TV brasileira. Mooooorta de nervosa”, relata
Mônica ainda conta no seu livro como aprendeu o ” não envolvimento completo” e como ela lida no dia a dia o reconhecimento do público quando a encontram na rua.
“Escolhi ser jornalista, e não ser conhecida ou famosa. Claro que gosto de ser reconhecida. Mas ainda não cheguei ao nível de maturidade necessário para ficar 100% confortável com isso”, pontua.

Sobre as mudanças que os meios tecnológicos trouxeram ao jornalismo, a repórter diz que a internet é uma garnde aliada, mas a luta contra a fake news ainda é grande.
“Há um aliado fortíssimo do jornalismo, nesse tempo: o vídeo colaborativo. O flagrante da barragem sangrando a 100 quilômetros do Recife, do acidente gravíssimo na estrada, do galpão em chamas, tudo chega em instantes à redação através de mensagens de WhatsApp. Cada telespectador terminou se tornando um repórter. Mas lutamos contra as fake news, que chegam misturadas às notícias de verdade. Nem sempre é fácil separar o fato do fake. Sigamos firmes.”, reflete Mônica.
“As pessoas procuraram os veículos de comunicação sérios para informações seguras sobre a covid”, pontua a jornalista, ao mostrar que o jornalismo tem credibilidade diante do público.
O governador Paulo Câmara também passou por lá e o ex-governador Mendonça Filho também compareceu ao lançamento.