Por Luiz Roberto Marinho – O silêncio do TAP (Teatro de Amadores de Pernambuco), proprietário do Teatro Valdemar de Oliveira, sobre duas recentes vistorias no imóvel, foi a constatação da primeira audiência do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) sobre a denúncia de total abandono do teatro pelo governo do estado e Prefeitura do Recife, apesar do seu tombamento.
Como divulgou o Blog, o Teatro Valdemar de Oliveira, instalado há 54 anos na Praça Osvaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, foi na prática tombado pela Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), com a abertura do processo de tombamento, em setembro de 2023. Mesmo assim, continua se deteriorando, tornando-se abrigo de moradores de rua e um risco à saúde pública, pelos potenciais focos do mosquito da dengue na água acumulada no palco com as chuvas.
Acionado pelo grupo cultural João Teimoso, o MPPE fez a primeira audiência sobre a denúncia de completo abandono do teatro no último dia 30 de janeiro. O termo de audiência revela que o promotor de Justiça Sérgio Gadelha Couto ouviu de três dirigentes da Fundarpe que duas vistorias feitas pela Defesa Civil da Prefeitura do Recife, a pedido da Fundação, em 2024, logo após o incêndio ocorrido em fevereiro daquele ano, e no início deste ano, não tiveram retorno do TAP.

As vistorias constataram piora nas condições físicas do teatro e não obtiveram respostas os relatórios com tais dados, enviados ao TAP “para conhecimento e providências das recomendações emergenciais”, conforme ressaltaram ao promotor os dirigentes da Fundarpe. O promotor Sérgio Gadelha Couto, que também ouviu na primeira audiência o autor da denúncia, o diretor-geral do grupo João Teimoso, Oséas Borba Neto, vai convocar a direção do TAP para a próxima audiência.
O TAP é formado por 23 integrantes e tem como diretor-geral o ator Adhelmar de Oliveira Sobrinho, parente do fundador do teatro, criado em 1971. O Teatro Valdemar de Oliveira é considerado um marco na cultura do Recife, que pertence a uma entidade sem fins lucraticos e é de utilidade pública. Por isso, jamais poderia ser negligenciado segundo o escritor e professor José Mário Austregésilo.
OUTRO LADO
Tentamos ouvir, sem sucesso, o TAP. O espaço está aberto as manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.