Do G1 — A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (23) uma operação para prender cinco pessoas por supostos desvios de R$ 6,5 milhões em contratos da Organização Social Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) com a Prefeitura do Rio.
Entre os procurados estão Eduardo Cruz, ex-controlador do Iabas, e a mulher dele, Simone. A sede da OS em São Paulo também é alvo de busca e apreensão. O casal já havia sido preso em 2018.
Segundo a força-tarefa, a antiga gestão do Iabas recebeu, entre os anos de 2009 e início de 2019 — nas gestões de Eduardo Paes e Marcelo Crivella –, R$ 4,3 bilhões em recursos públicos.
Os investigadores sustentam que foi arquitetado “um complexo esquema criminoso” para a dissimulação do desvio de parte destes recursos.
Entre as manobras estavam repasses fraudulentos para empresas intermediárias prestadoras de serviços.
Ainda não se sabe quando esse esquema começou. A reportagem tenta contato com o Iabas, o ex-prefeito Eduardo Paes e o governo Crivella.

Hospitais de campanha
Em outra frente, o Iabas também está sendo investigado por supostas irregularidades na instalação e na gestão de hospitais de campanha do governo do RJ para o combate à Covid-19.
Em São Paulo, o Iabas administra 561 leitos no Hospital de Campanha do Anhembi para o tratamento de pacientes com Covid que serão desativados no dia 1º de agosto. O instituto também possui outros contratos ativos com a Prefeitura de SP para administração de outras unidades de saúde.
Superfaturamento e laranjas
Segundo as investigações, o esquema movimentou cerca de R$ 6,5 milhões e envolvia superfaturamento e contratações de fornecedores laranjas (pelo Iabas), que eram supostamente controlados pelo próprio Eduardo Cruz.
O dinheiro, aponta a investigação, era sacado na boca do caixa.
Prisão em 2018
Eduardo e Simone foram presos em junho de 2018 numa investigação contra a Bio-Rio, um polo de empresas de biotecnologia então administrado pelo casal.
Segundo o MPRJ e a Polícia Civil, a Bio-Rio fez seis convênios com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, entre 2014 e 2016, para a realização de cursos de pós-graduação para médicos do município.
Segundo a investigação, a prefeitura repassou mais de R$ 87 milhões, dos quais R$ 6 milhões foram para cobrir uma taxa de administração.