Por Ricardo Antunes
A confirmação de que os empresários presos na chamada “Operação Turbulência” fizeram mesmo delação premiada caiu como uma bomba no Palácio das Princesas. Além de ratificar os eventuais crimes cometidos pelo então governador Eduardo Campos (morto em acidente aéreo em 2014) joga para o meio da tempestade os nomes do governador Paulo Câmara e o Prefeito Geraldo Júlio. Informação obtida pela blogueira Noélia Brito junto a PF revela que os empresários, João Carlos Pessoa Lyra, Eduardo Ventola, Apolo Santana e o sócio de Campos, Aldo Gudes, tiveram homologada suas delações pelo STF. Esse blog apurou, agora há pouco com fontes do Supremo, que os depoimento são mesmo demolidores.
Deflagrada em junho de 2016, a Operação Turbulência identificou uma rede de empresas de fachada, inclusive as envolvidas na compra do avião, que teriam sido usada para lavar cerca de R$ 600 milhões. A investigação começou a partir da dificuldade em identificar o dono da aeronave após o acidente e avançou sobre uma nova empresa que, segundo a PF, possui contratos milionários com o governo de Pernambuco e teria movimentado dinheiro no esquema. Pouco depois, os empresários foram presos e um deles cometeu o suicídio em um motel em Olinda – que gerou enorme especulações.
Embora a operação Turbulência tenha origem na queda do avião que matou o ex-governador Eduardo Campos e era de propriedade dele e dos empresários, a PF compartilhou informações com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e com o grupo de investigadores da Procuradoria-Geral da República. Para chegar aos verdadeiros proprietários do jatinho, a PF mapeou uma teia de empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas.
Foram investigados repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposição do Rio de São Francisco. O empreiteiro Marcelo Odebrecht e o então diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, já haviam detalhado parte do esquema que agora vem á tona com a delação dos empresários.







