Do UOL – Ao tomar posse hoje do cargo de ministro da Saúde, Nelson Teich afirmou que vê a população brasileira “com medo” em relação aos efeitos da pandemia do coronavírus e elegeu a falta de informação como um “desafio” para combater a doença.
Teich substitui Luiz Henrique Mandetta (DEM), demitido depois de acumular atritos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O antecessor à frente do ministério se notabilizou pela defesa intransigente do isolamento social como medida necessária ao enfrentamento do coronavírus. Bolsonaro, por sua vez, defende a flexibilização da quarentena e a reabertura do comércio.
Preocupado em se colocar de forma neutra no debate, Teich afirmou que, independentemente dos argumentos de quem apoia ou critica o isolamento, o lado humano se impõe em um momento como esse. “Não importa se é saúde ou economia, não importa o que você fala, o final é sempre gente”
“Hoje eu recebo o maior desafio da minha vida profissional. Em um momento tão difícil ter a oportunidade de ajudar as pessoas desse país é uma oportunidade única. Eu vivi durante muito tempo a interação médica, como clínico, as pessoas são muito próximas. E isso é uma coisa que me mudou.”
O novo ministro relembrou o período em que atuou como médico em cidades pequenas peo Brasil e argumentou que esse trabalho o aproximou das pessoas, “moldou o seu lado humano”.
Ao relatar ter observado um clima de medo entre as pessoas, Teich citou como exemplo o Rio de Janeiro, onde ele mora com a família. Afirmou ter ficado assustado com a quantidade de indivíduos com máscaras nas ruas no trajeto realizado até o aeroporto Santos Dumont, na região central da capital fluminense, pouco antes da viagem a Brasil.
“Parece um filme o que a gente está vivendo”, resumiu.