Da Redação do Blog — A Polícia Federal está realizando uma operação em quatro estados do Brasil para investigar suspeitas de fraude na compra de equipamentos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
A operação apura se servidores públicos federais cometeram crimes de corrupção ativa e passiva, patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação e organização criminosa durante a compra de 9.360 coletes balísticos no período da intervenção.
O valor total do sobrepreço da compra dos coletes foi de R$ 4.640.159,40, segundo análise do Tribunal de Contas da União. A Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos ajudou nas investigações, apontando o sobrepreço dos coletes balísticos comprados pelo Brasil.
O interventor federal na época era o General Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro.
Além do contrato superfaturado com a empresa americana, a operação investiga suposta prática de conluio de duas empresas brasileiras da área de proteção balística.
A Intervenção
Em 2018, a segurança pública do Rio de Janeiro foi confiada às Forças Armadas após um decreto do então presidente Michel Temer. O general Walter Souza Braga Netto foi nomeado interventor e escolheu como auxiliares os generais Richard Fernandez Nunes e Mauro Sinott.
Na cerimônia de encerramento da intervenção, as Forças Armadas informaram que tinham empenhado R$ 890 milhões do R$ 1,2 bilhão reservado para a iniciativa, mas a GloboNews mostrou que o GIF (Gabinete de Intervenção Federal) mal tinha efetivamente gasto um terço dessa verba bilionária até então.