Por Luiz Roberto Marinho – Sem computar Ivete Sangalo, que deve ser a contratação mais cara, e outros artistas que anunciou, como o baiano Bel Marques, cujas remunerações ainda não foram divulgadas, a Prefeitura de Caruaru oficializou, até agora, gastos de R$ 6,3 milhões em cachês de 20 artistas para os festejos de São João, que vão do próximo dia 29 a 28 de junho, em três palcos.
Em duas edições do Diário Oficial da Prefeitura, no qual é obrigada a divulgar a contratação de artistas com dispensa de licitação, o cachê mais alto, até o momento, no valor de R$ 804 mil, será pago à dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano, uma das mais requisitadas no país. Em segundo lugar, em valores de cachê, com R$ 600 mil, está o cantor Leo Santana.
Ao lançar, em março, a programação do São João, que proclama ser o maior do mundo, contrariamente ao que apregoa a Prefeitura de Campina Grande (PB), a Prefeitura de Caruaru havia informado que haveria 1.410 atrações, com 83% de forró, no qual 79% executado por artistas da cidade.

Levantamento do MPPE (Ministério Público de Pernambuco) divulgado no ano passado revela que os gastos das maiores prefeituras com cachês de artistas nas festas juninas de 2024 somaram R$ 95,2 milhões, dos quais 15% do total , no valor de R$ 14,3 milhões, couberam a Caruaru. Araripina veio em segundo lugar, com despesas bem mais modestas, de R4 6,7 milhões.
A polêmica empresa de eventos Festa Cheia, de propriedade do empresário Augusto Acioli e do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), ainda não anunciou se repetirá, este ano, a exploração do espaço privado no São João de Caruaru, pelo qual cobra ingressos caros.
Em 2023, a empresa havia ganho uma licitação suspeita da prefeitura para explorar o espaço privado por R$ 220 mil. Diante do preço baixíssimo, o MPPE obrigou a empresa de Acioli e Carreras a desembolsar mais R$ 800 mil, com base no cálculo do preço do metro quadrado do espaço a ser explorado.