Do Blog de Jamildo — De quarta-feira passada para cá, a posição inicial da oposição de não judicializar o pleito da OAB de Pernambuco mudou radicalmente. O coordenador da campanha da chapa de oposição, de Almir Reis, informou ao blog de Jamildo que vai entrar na Justiça Federal, na semana que vem, caso a comissão eleitoral da OAB não aceite o pedido de impugnação da eleição de terça-feira, considerando supostas ilegalidades no processo.
Entre as reclamações, a oposição deve listar ao menos três problemas.
O mais grave deles seria a oferta de 3 mil bolsas de estudo, gratuítas, de pós-graduação, aos jovens advogados, que teriam sido antecipadas mas condicionadas em caso de vitória da chapa de situação, de Fernando Ribeiro Lins.
A bolsa tem um custo de R$ 4,3 mil. A oposição diz que a OAB local chegou a ligar para os jovens advogados para informar da contemplação, antes do pleito de terça.

A eleição foi decidida por apenas 221 votos e em sua maioria vindas de jovens advogados no Recife. Para os oposicionistas, no dia da eleição, justamente as quatro ou cinco urnas finais, inverteram a curva pró-oposição e estabeleceram o resultado final. São os jovens advogados que acabaram de fazer o juramento e podem ser rastreados pelo número da ordem.
As eleições não foram homologadas ainda e o presidente da comissão eleitoral deve declarar o resultado na semana que vem. O pedido de impugnação deve ser encaminhado inicialmente ao órgão administrativo.
“Não é choro de perdedor. As regras foram quebradas”, disse Mário Sergio Galvão. “Mal comparando, é como distribuir dinheiro na véspera da eleição”

Emails vazados
Nas reclamações, a oposição dirá ainda que a presidência da OAB teria vazado para a chapa de situação 42 mil emails oficiais da entidade, da base de dados da instituição, facilitando o encaminhamento de material de campanha que a oposição não teve acesso. “Isto é vedados pelo provimento interno, porque claramente desequilibra a paridade de armas”.
Outro ponto apontado como problemático seria o uso de veículos adesivados, no dia da eleição, mesmo havendo decisão da Justiça Federal proibindo.
“Eles também divulgaram pesquisa em telão dentro de período expressamente vedado pela legislação eleitoral. Para tentar imprimir a sensação de que estavam na frente. Faltando 3 dias para as eleições”