Da Redação do Blog — Fortes chuvas causadas pela tempestade Daniel no nordeste da Líbia provocaram o colapso de duas barragens, despejando mais água em áreas já inundadas. Mais de 5 mil pessoas são consideradas mortas e 10 mil desaparecidas.
O chefe da delegação da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho na Líbia divulgou o número de pessoas desaparecidas durante um pronunciamento a repórteres em Genebra, Suíça, nesta terça-feira (12).
O Ministério do Interior do governo oriental da Líbia informou que pelo menos 5.300 pessoas são consideradas mortas, mas a CNN não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos ou desaparecidos.
Emergência criado após as enchentes.
Mais de 5 mil pessoas são consideradas mortas e 10 mil desaparecidas por conta das fortes chuvas provocadas pela tempestade Daniel no nordeste da Líbia, que causaram o colapso de duas barragens, despejando mais água em áreas já inundadas.
Um representante do Crescente Vermelho, equivalente à Cruz Vermelha nos países de maioria islâmica, afirmou que cerca de 10 mil pessoas estão desaparecidas.
Derna é uma cidade localizada no leste do país e tem cerca de 125 mil habitantes. As ruas foram tomadas pela água, casas foram inundadas, edifícios foram destruídos, carros acabaram virados e moradores foram arrastados. A força da água também destruiu barragens na região.
A tempestade mediterrânea Daniel que atingiu a Líbia no domingo (10) também afetou as cidades de Benghazi, Sousse, Al Bayda e Al-Marj.
Antes de chegar ao norte da África, a tempestade Daniel levou estragos à Grécia, Turquia e Bulgária. A Líbia pediu ajuda internacional para se recuperar da tragédia. Países como os Estados Unidos e a Turquia enviaram aviões com suprimentos para o país africano.
A tempestade perdeu força após a passagem pela Líbia. Agora, chegou ao Egito, preocupando as autoridades e colocando o país em alerta.
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Regime parlamentarista da Líbia
A Líbia vive um regime parlamentarista instituído na cidade de Tripoli, capital do país, sob a chancela de Abdulhamid al-Dbeibah. O governo é consequência de uma revolta popular mobilizada em 2011 com apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra o então líder Muammar Gaddafi.
Isso porque, em 2014, o país se dividiu em duas frentes: uma alinhada à Otan, que é reconhecida internacionalmente, e outra liderada por Osama Hamad, que controla o leste do país.
Em 2021, al-Dbeibah foi escolhido primeiro-ministro com a promessa de realizar novas eleições para todo o país. No entanto, o pleito segue sem data definida por causa de desentendimentos entre os grupos acerca das regras da eleição.