Por Mariangela Borba — A classe artística brasileira hoje chora a perda desse grande teatrólogo, diretor, ator, intérprete, dramaturgo José (Zé) Celso Martinez Corrêa. Ele encantou: virou estrela brilhante como Macunaíma. Tudo é tempo. E o tempo é eterno.
Tivemos a oportunidade de cruzarmos nossos caminhos no Teatro Oficina Uzyna Uzona, com o Grupo João Teimoso, nos idos de 2010. E hoje, 06 de julho, o ritmo do relógio passou um pouquinho mais lento ao saber da passagem dessa figura iconográfica das artes cênicas brasileiras que partiu pra morada do sol. “amor de muito. amor sempre”, foi dessa maneira que certa vez Zé Celso se manifestou em postagem nas redes sociais do Teatro Oficina.
Ele tinha 86 anos, mas com a irreverência de 20. Inquieto e insurgente, Zé Celso ganhou destaque como artista em suas montagens de criações coletivas do Grupo Oficina. Em 1961, o grupo ganhou uma sede na Rua Jaceguai, no Centro da capital paulista, e se profissionalizou. Desde 1982, o Teatro Oficina é tombado como patrimônio histórico.
A companhia é considerada uma das mais longevas em atividade no Brasil. Zé Celso inventou, provocou, foi perseguido, preso e torturado pela ditadura militar, foi para o exílio, voltou e continuou sendo essa pessoa fundamental para a cultura do Brasil. Essa figura antropofágica, carnavalesca e que desafiava e desafia qualquer estrutura. Ficamos mais pobres e mais tristes. O Brasil hoje chora com a perda desse grande intérprete que tocou o despertador nacional.
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*Mariângela Borba é jornalista, social media, Produtora Cultural e especialista em Cultura Pernambucana.