Com informações da Assessoria de Imprensa – O grande empenho de médicos, pesquisadores e professores que estudam e defendem o uso medicinal da Cannabis sativa estará em evidência na 1ª. Jornada Regional da Cannabis Medicinal Norte-Nordeste, nos dias 8 e 9 de dezembro, no Mar Hotel.
O evento é o primeiro recorte regional da Conferência Internacional da Cannabis Medicinal (CICMed), realizada em São Paulo, em 2022 e neste ano, para desmistificar a planta, conhecida como maconha e que ainda é vista, pela maioria, apenas como uma droga ilícita.
“Convidamos palestrantes que atuam para diminuir o preconceito, mostrar a diferença do uso medicinal para o uso recreativo, hedônico ou adulto da planta”, explica o presidente da Jornada, o médico Hélio Mororó, professor de medicina da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Para ele, é preciso esclarecer à sociedade sobre as propriedades da maconha para tratar dores intensas e até doenças raras. “A cannabis, por si só, já é uma farmácia completa. Não podemos deixar de usar um recurso natural, fitoterápico, uma ferramenta de tratamento complementar que tem ajudado muito a várias pessoas”, reforça Mororó.
Entre as inúmeras doenças que podem ser tratadas com medicamentos à base da Cannabis, ele cita o câncer, alzheimer, parkinson, o autismo, a epilepsia e a fibromialgia, além de doenças autoimunes. Na odontologia, os cirurgiões-dentistas já são parceiros de longa data dos médicos que indicam o fitofármaco. “A Cannabis é fantástica também na odontologia, desde a prevenção de cáries, de gengivite e da síndrome da boca ardente, além das dores orofaciais que podem não ter origem odontológica. Temas que serão abordados no evento”, declara o professor.
Jornada para a saúde
Direcionada a profissionais e estudantes da área de saúde, a Jornada trará ao Recife, capital de tradição em saúde e pesquisa e que abriga um dos principais polos médicos do país, atualização e debates de alto nível sobre a Cannabis. Não apenas sobre pesquisas científicas, mas também legislação e a inclusão dos medicamentos à base do canabidiol, no Sistema Único de Saúde (SUS), além das descobertas de novas aplicações da maconha em terapias e tratamentos que poderão fazer a diferença na vida de muitos pacientes.
Hélio Mororó destaca que, embora a legislação brasileira permita que apenas dentistas e médicos – inclusive veterinários, podem prescrever o uso da cannabis, o conhecimento sobre as indicações de uso, baseadas na ciência, é importante para qualquer profissional que atua na saúde. “Fomos acostumados a ver a maconha como uma droga ilícita e, por isso, muitos colegas ainda têm preconceitos por desconhecer o poder de cura da Cannabis sativa, por seus princípios ativos”, observa.
O médico ressalta que ela deve ser usada em formulações de grau farmacêutico por ser um medicamento, tirado de uma planta. “Precisa ter todos os cuidados que se têm com um antibiótico, um anticoncepcional ou um antiviral, e o mesmo nível de qualidade”, esclarece.