Folha de São Paulo- Maioria expressiva dos brasileiros, 79%, defende algum tipo de punição para pessoas que violem regras de quarentena devido ao novo coronavírus no país.
Desses, contudo, apenas 3% acham que prisão seria uma sanção aceitável. Já multas têm apoio de 33% e advertências verbais, de 43%. Isso é o que revela pesquisa feita pelo Datafolha na sexta (17), que ouviu por telefone 1.606 pessoas. Sua margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.
A aplicação de medidas restritivas de circulação de pessoas entrou no debate público na semana retrasada.
Brasileiros apoiam punição a quem desrespeitar quarentena…
Apoio à multa é de 36% entre quem ganha até 2 salários mínimos 20% dos que ganham mais de 10 salários mínimos acham que o governo não deve fazer esse controle
Fonte: Pesquisa Datafolha realizada em 17 de abril de 2020, com 1.606 brasileiros adultos que possuem telefone celular, em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos

Hoje, não há no país quarentena que impeça pessoas de ir à rua, apenas determinando o fechamento de comércio não essencial. Doria foi acusado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de arbítrio.
O tucano recuou e não falou mais no tema. Na sexta (17), ele estendeu a quarentena paulista até 10 de maio, sem endurecer regras. Para 18% dos ouvidos pelo Datafolha, os governos não deveriam ter direitos sobre a circulação das pessoas. Outros 3% não souberam responder.
O apoio às multas é mais prevalente entre jovens de 16 a 24 anos e assalariados com carteira registrada, 48%. Já as advertências têm maior apoio entre os mais ricos (5 e 10 salários mínimos, 53%, e de 10 salários para cima, 51%). Também é mais alta do que a média nacional, 51%, a parcela daqueles que concordam com esse tipo mais leve de punição na região Sul, reduto do bolsonarismo no país.

Na sexta, a Folha mostrou que a pesquisa indicava uma estabilização da aprovação ao trabalho de Bolsonaro, que registrou 36% de ótimo e bom, ante 38% de ruim e péssimo. Já governadores tiveram seu trabalho aprovado por 54%.
O Datafolha indica constância na forma com que os brasileiros estão se cuidando ante a Covid-19, em relação à rodada anterior da pesquisa, feita de 1º a 3 de abril. Dizem que vivem a vida como antes apenas 4% dos ouvidos, mesmo índice apurado há duas semanas. Entre os que se cuidam, mas ainda saem de suas casas eventualmente para trabalhar, o índice oscilou de 24% para 26%.