Por Ricardo Antunes
A tragédia do desparecimento prematuro do ex-governador Eduardo Campos (PSB) que foi usada como “estratégia de marketing” para que o então candidato Paulo Câmara (PSB) passasse de 4% nas pesquisas e ganhasse uma eleição que perderia para Armando Monteiro Neto, parece não ter fim. Em uma delas se insinuou até que o PT estaria por trás da tragédia. ” O PT matou Eduardo”, dizia várias pichações em muros da cidade na campanha eleitoral de 2014.
Agora é o próprio irmão do ex-governador, Antonio Campos, que ressuscita o tema e afirma que seu irmão sofreu um “atentando político” e que o avião foi “sabotado”. Ele ainda critica a PF e diz que faz a acusação sem querer “holofote”. O que o “advogado- candidato” não cita ( leia sua nota abaixo) é que a aeronave foi comprado com dinheiro roubado da Petrobrás e que vários “laranjas” usados pelo ex-governador na “operação” foram presos e estão respondendo a processo na Lava jato depois de confessarem o crime.
Por óbvio que o avião não caiu porque era do próprio ex-governador e estava em nome do seu fiel escudeiro, Aldo Guedes. Faz tempo que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou que uma “falha” humana ocasionou o acidente.
Levantar isso antes de iniciada a campanha eleitoral mostra bem até onde os candidatos podem ir para ter seu nome “sufragado” nas urnas. Ou talvez, seja uma boa chance de Tonca se reconciliar com sua cunhada, Renata Campos, de quem já disse de tudo.
Vejam a nota enviada ao blog:
“Fui procurado, recentemente, por peritos que acompanham o acidente que vitimou meu único irmão Eduardo Campos e outras vítimas, em que aclaram e deixam antever, o que antes resistir a admitir, a real possibilidade de sabotagem, o que pode transformar o acidente em homicídio culposo ou doloso.
O Speed Sensor da aeronave à toda evidência foi desligado, intencional ou não, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso. No requerimento/denúncia explicamos a questão.
Inicialmente, protocolei, hoje, petição nos autos do inquérito policial federal, que se arrasta há 3 anos e 7 meses, em que estou habilitado, mas também estarei dando conhecimento ao Ministro da Justiça, ao Ministério Público de Santos, ao Juiz que em Santos preside a ação de produção de provas, ao Juiz Federal da 5ª Vara de Santos, que requisitou o inquérito desde o dia 14/03, que tramita sob o nº 0006232.39.2014.403.6104, abrindo vistas ao Ministério Público, onde se encontra atualmente o inquérito e a Procuradora Geral de Justiça, Raquel Dodge.
Deixo claro que faço por obrigação e dever de irmão e não o afã de holofotes, ante um fato tão doloroso e grave que trago a público e que merece aprofundada investigação, sem sensacionalismos.
Finalmente, precisamos de esclarecimentos seguros e mais céleres, pois já se aproxima 4 anos do falecimento de Eduardo Campos, a quem tenho o compromisso de lutar até o fim em descobrir as reais causa do acidente que o vitimou.”
Recife/Olinda, 02 de abril de 2018.
Antônio Campos






