Do O Tempo – O Telegram derrubou, neste sábado (26), um dos canais mantidos pelo blogueiro Allan dos Santos, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A conta era mantida com 127,7 mil inscritos e, ao ser suspensa pela plataforma, teve a foto retirada e a explicação de que o “canal não pode ser exibido porque violou as leis locais”.
O bloqueio da conta foi feito após a ameaça feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de bloquear o Telegram pelo prazo inicial de 48 horas e determinar o pagamento de multa, no valor de R$ 100 mil ao dia, caso a plataforma não suspendesse alguns perfis de usuários, entre eles, o de Allan dos Santos.
Moraes é relator do inquérito que investiga as milícias digitais, com ampla disseminação de informações falsas. O blogueiro é acusado de propagar fake news e usava o canal para fazer críticas, inclusive, ao ministro.
Mesmo após ter o canal oficial derrubado, Allan dos Santos, por meio de uma outra conta com 13 mil inscritos, instruiu seguidores com o que chamou de “mantual anti censura para o Telegram”. Entre as dicas compartilhadas, estão para impedir o rastreamento de contas.
Allan dos Santos também compartilhou um vídeo no canal que mantém o menor número de seguidores. Ele, que está nos Estados Unidos, afirmou que o Telegram cedeu à pressão de Moraes e que o aplicativo, em locais livres, continua disponível.
“Não é que o meu canal foi derrubado, é que o Brasil está igual a China, Coreia do Norte, Irão. Vocês que estão no Brasil que não conseguem acessar. Aqui nos Estados Unidos as pessoas conseguem acessar normalmente porque estão em um país livre. Não é que o Telegram derrubou. O telegrama cedeu à pressão jurídica”, disse.
Nota da redação: Às 19h, o gabinete de Moraes informou, por meio de nota à imprensa, que “o Telegram suspendeu três contas atribuídas a um dos investigados pela suspeita de liderar esquema de financiamento de milícias digitais no Brasil”, em relação a Allan dos Santos.