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Home Pernambuco

Fernando de Noronha foi porta de entrada do Nelore no Brasil

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
27/03/2022 - 09:12
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*Por Fernando Castilho — No meio desse debate sobre a briga da União em reivindicar o controle de suas propriedades federais no arquipélago de Fernando de Noronha, tem uma informação sobre a importância da ilha como área de confinamento de, ao menos, duas raças de gado bovino no Brasil. As estrangeiras Sindi, em 1952, e o Nelore, em 1962. As matrizes que ficaram em quarentena na ilha saíram para formar o maior rebanho de gado de corte do mundo.

O curioso é que Noronha já havia recebido animais desde a época do descobrimento e, em 2008, os criadores da ilha tiveram que se desfazer de suas 500 cabeças por ordem judicial federal a pedido do ICMBio (Instituto Chico Mendes) para que eles se desfizessem de seus animais devolvendo-os ao continente.

Na época, o ICMBio afirmou que 180 bovinos e 340 caprinos na ilha, que vivem soltos, comiam espécies nativas e destroem ninhos de tartarugas.

Antônio Melcop/Setur-PE
Fernando de Noronha – Antônio Melcop/Setur-PE

Na verdade, a ilha de Fernando de Noronha convive com gado desde os tempos coloniais. E mesmo que, em 1549, quando a caravela Galga trouxe bois, carneiros, cabras e cavalos de Cabo Verde e dos Açores para a sede do Governo Geral, em Salvador, uma parte do gado bovino veio para Pernambuco e algumas cabeças chegaram à ilha.

A história conta que Garcia d’Ávila, que chegou ao Brasil acompanhando o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza, negociou quatro vacas e organizou a primeira ‘sociedade pastoril’.

Em menos de uma década, ele se tornou um dos homens mais ricos de Salvador, sem saber ao certo quanto gado criado solto possuía, além dos seus dez currais.

De pontos estratégicos do litoral, no Nordeste (Bahia e Pernambuco), no Rio de Janeiro e no sul do Brasil, os rebanhos bovinos se multiplicaram e se dispersaram pelo território.

O gado rústico do século XVIII ainda pode ser encontrado no interior do Pará. A raça denominada Curraleiro ainda é criada por alguns produtores apenas para preservação da espécie e porque ela foi uma das pioneiras na atividade agropastoril.

Economicamente, se comparada ao sofisticado Nelore brasileiro, o Curraleiro, também chamado de Pé Duro ou  Caracu, não é mais competitiva pelo grande número de anos que uma animal fica pronto para o abate.

É, na verdade, um exemplo de qual gado o Brasil começou a trabalhar.

CHARQUE DE NORONHA

Segundo a pesquisadora Marieta Borges, em 1631, o Conselho dos XIX (formado por 19 deputados constituídos para conduzir os destinos da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, fundada em 1621) encarrega a Câmara de Amsterdã de “cuidar de Fernando de Noronha” … dando início criação de aves domésticas, carneiros, porcos e gado.

Em 1639, relato do comandante-chefe do governo da ilha “o gado prosperava e havia escassez de instrumentos para a pesca…” A carta de Gerard van Keulen, retratando a ocupação holandesa da ilha, refere-se a “cabras pelo morro”

Quando em 1734 chegam os franceses, afirma Borges, com ordens reais de tomar posse da ilha não mexeram com o gado alis existente. Em 1736, que é considerado o ano “oficial” para a presença francesa na ilha eles também criaram gado na ilha

Finalmente, entre 1737 e 1938, um período do Presídio Comum criava-se gado para corte e para o fabrico de charque.

FERNNADO CASTILHO

O gado da raça o Curraleiro, também chamado de Pé Duro ou Caracu foi pioneiro no Brasil. Exemplares dessas raça rustica ainda existem no Para. – FERNNADO CASTILHO

 

Raça Sindi 

Mas Noronha sempre criou gado. Em 1952, a ilha foi a base de uma experiência de quarentena do diretor do Instituto Agronômico do Norte (IAN), Felisberto de Camargo, que trouxe consigo, num avião cargueiro inglês fretado, 31 animais da raça Sindi, sendo 28 fêmeas e três reprodutores.

Gerou-se uma crise liderada pelos Estado Unidos e o Governo Federal todos eram contra a inserção dos animais na Amazônia.

Assim, até que se concretizasse o desejo de Camargo, a Ilha de Fernando de Noronha serviu de porto improvisado para a quarentena do seu gado.

Foi preciso uma série de articulações junto ao Ministério da Agricultura, então ocupado então ocupado pelo pernmabucano Armando Monteiro Filho, o Itamarati e criadores amigos de Felisberto de Camargo que fora isoladamente até a região de Karachi, estado de Sind, no Paquistão, para buscar a genética bovina que ele pretendia disseminar no Brasil.

O gado Sindi chegou por Noronha, mas uma outra raça foi quem predominou no Brasil também entrando por Fernando de Noronha 10 anos depois.

O berço do Nelore

Em 1962, desembarcaram em Fernando de Noronha trazidos pelo navio Cora, 84 cabeças de gado Nelore depois de oito meses de quarentena. A viagem de Madras até o Brasil durou 45 dias.

Os criadores Rubens Carvalho, Verissimo Costa Junior e Torres Homem Rodrigues da Cunha que acabaram gerando matrizes e garanhões entre eles Kurupathi e Amedabadi que nasceram na filhos dos animais importado em 1962 e que deram grande contribuição a disseminação da raça no Brasil.

A contribuição de Kurupathi e Amedabadi foi importante, mas a trajetória que transformou o Ongole indiano no Nelore brasileiro, começa na primeira metade do século XIX, de quando datam os primeiros registros de desembarque no país de zebuínos originários da Índia.

A história descreve que a primeira aparição do Nelore no país teria ocorrido em 1868 quando um navio, que se destinava à Inglaterra, ancorou em Salvador com um casal de animais da raça a bordo.

DIVULGAÇÃO
Gado da raça Sindi hoje uma das melhores raças do mercado, chegou ao Brasil em 1952, depois de uma quarentena em Fernando de Noronha – DIVULGAÇÃO

Em 1962, desembarcaram no país, em Fernando de Noronha, onde foram submetidos a quarentena, grandes genearcas como Kavardi, Golias, Rastã, Checurupadu, Godhavari, Padu e Akasamu que são a base formadora das principais linhagens de Nelore.

Hoje, estima-se que o Brasil possui um rebanho com mais de 200 milhões de bovinos de corte e leite criados a pasto, dos quais 80% do gado de corte é Nelore ou “anelorado”, o que equivale a mais de 100 milhões de cabeças.

O Nelore brasileiro, além de ser considerado hoje como um patrimônio legitimamente nacional, como o carnaval, o futebol, a caipirinha e o churrasco, pode ser considerado como a grande vitória da carne brasileira exportada para mais de 146 países e cada vez mais demandada por consumidores esclarecidos do mundo todo.

___________________________

*Fernando Castilho é jornalista e colunista do JC Online

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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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