Do O Globo – Com oito obras de creches autorizadas no ano passado com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o prefeito Luciano Genésio (PP), de Pinheiro, Maranhão, está sob uma grande investigação envolvendo desvios de recursos na área de Educação. Aliado de primeira hora dos dois homens fortes do PP no governo do presidente Jair Bolsonaro, Arthur Lira, presidente de Câmara de Deputados, e Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, Genésio chegou a ser afastado do cargo em janeiro deste ano após uma operação da Polícia Federal no município.
Mas depois de cerca de 40 dias fora do cargo ele voltou graças a uma liminar da Justiça. Com cerca de 84 mil habitantes, o município, que é um dos que mais se beneficiaram do programa Proinfância na região, conforme revela reportagem do GLOBO, vive em meio a denúncias de desvios de orçamento público e de notícias envolvendo o enriquecimento do prefeito, que está construindo uma casa de 24 quartos, com direito à pista de pouso, no Povoado Apertado.

Pelo menos 15 dos 17 vereadores da cidade são aliados de Genésio. Procurado, ele não foi localizado pelo GLOBO para se manifestar sobre as denúncias, fruto de investigação da PF e do Ministério Público. Chefe de gabinete do prefeito, Bruna Ramalho informou que ele cumpre uma agenda política em Brasília junto ao senador Werveton Rocha (PDT-MA), pré-candidato ao governo do estado. Genésio é tratado como uma das principais lideranças políticas da região e, antes da investigação da PF, chegou a ser vice-presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem).
Um dos poucos adversários do prefeito, o vereador Felipe Chicão (MDB) de Pinheiro chegou a entrar com um pedido de instalação de uma CPI para verificar desvios da atual gestão municipal e de afastamento definitivo de Genésio, mas o requerimento foi recusado pela Câmara Legislativa. Ele diz ainda que, no ano passado, também houve suspeitas de malversação de recursos públicos para o combate à Covid-19.
“Desde que ele assumiu o cargo, ele (Luciano Genésio) enricou. Essa liminar que ele obteve para voltar ao cargo é um absurdo. Dizem que custou milhões”, acusa Felipe Chicão, acrescentando que Genésio está deixando o PP para se filiar ao PDT, de forma a viabilizar o apoio à candidatura de Werveton Rocha ao governo do estado. “Ele tem estreita ligação com o governo federal. No dia seguinte à operação da PF, ele estava com o Lira numa visita oficial ao Maranhão. Os dois posaram juntos para foto naquele dia”.







