Da redação
Com a prisão do ex-presidente Lula, a esquerda tem como desafio não perder os votos destinados ao ex-presidente. A demora em apontar um substituto pode impulsionar uma desfragmentação do fiel eleitorado do PT e de toda a esquerda. Na avaliação de especialistas, o resultado poderia beneficiar candidatos como Jair Bolsonaro do PSC, que analisam como herdar os votos.
O analista político Melillo Dinis avaliou que isso vai depender de uma reorganização da esquerda. “Agora vai se avaliar muito dentro desse núcleo, que é o núcleo restante de pessoas que são dirigentes do PT e que não estão enroladas com algum tipo de processo, algum tipo de denúncia, ou algum tipo de problema. Além disso, alguém que tenha dimensão nacional.” – Comentou o analista.
Ainda segundo Melillo, os setores de esquerda como o PCdoB, PSOL, e o PDT, estão apostando na crise do PT para ganhar os votos dos eleitores petistas.
O próprio Lula, em seu último discurso público, deu destaque a presença de dois pré-candidatos a presidência, Manuela D’ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL) os apresentando como o “futuro da esquerda”. Fernando Haddad, que foi coordenador da campanha de Lula, e é o possível plano b, estava lá, mas em uma posição discreta.
Em entrevista a CBN, Manuela D’ávila discordou de que a esquerda tenha perdido o rumo com a prisão do ex-presidente, e ao contrário, afirmou que tenha havido uma reaproximação. “A principal reflexão que eu acredito que a prisão pode trazer pra mim, quanto a pré-candidata a presidente, e ao que defenderei hoje, amanhã e nos próximos dias, é a ideia de que assim como nós exigimos que Lula vale a nossa luta, que ele vale a nossa unidade e que nós devemos a nossa unidade e o esforço pra construção dela a ele.” – Disse a pré-candidata.
Outros pré-candidatos tiveram a ausência notada. Ciro Gomes (PDT) emitiu nota, e Marina Silva (REDE) foi criticada por não ir até a sede do Sindicato dos Metalúrgicos. Nesta segunda, a executiva nacional do PT se reunirá em Curitiba e um dos pontos tratados paralelamente a prisão de Lula, serão os rumos eleitorais da legenda.






