*Por Milly Lacombe — O meia Jean Carlos, do Náutico, falou sobre ter partido pra cima da árbitra da partida contra o Retrô: disse que ficou “chateado” com a expulsão e por isso quis “explicar” para Deborah Cecília, a juíza, os motivos pelos quais não tinha que ser eliminado do jogo. Seguiu à risca o roteiro do covarde. Não admite o erro, não abaixa a cabeça, briga com os fatos e estapeia as imagens.
O que vemos no vídeo é que Jean Carlos joga seu corpo para cima do dela e, correndo, chega a armar o soco que daria em Deborah Cecília, não há como dar canelada ética nas imagens. Ele só não a agrediu porque foi contido por outros jogadores e pelo assistente de arbitragem.
Um pedido de desculpas minimamente honesto e decente seria o mínimo do mínimo. Mas é preciso mais do que isso. O Náutico, até o meio da tarde desse domingo 1° de maio, sequer tinha se dado ao trabalho de soltar a famosa nota de repúdio contra a atitude de seu atleta.

Até aqui, silenciou, como fazem os que compactuam com a barbárie. Quantas horas são necessárias para se manifestar contra a opressão a que seu atleta submeteu a juíza da partida? Era preciso se posicionar de forma imediata e contundente.
É lamentável que covardia e hipocrisia entrem nesse jogo e somem-se à violência de gênero. Náutico e Jean Carlos são sócios nesse episódio grotesco.
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*Milly Lacombe é jornalista, escritora e roteirista brasileira








