*Por Lauro Jardim — A intenção do PT de transformar Fernando Haddad no único postulante da esquerda ao governo de São Paulo encontra eco nos bastidores do PSB de Márcio França. Pressionado por petistas a abandonar a pré-candidatura, o ex-governador se tornou alvo de “fogo amigo” no próprio partido. Correligionários sedentos por verbas e palanque estão ansiosos para que o político deixe a disputa. França, no entanto, tem mantido a empreitada.
O descontentamento maior está entre os nomes que compõem a nominata do PSB para a Câmara dos Deputados. Com a filiação de Tabata Amaral no ano passado, vinda do PDT, pré-candidatos menos notáveis temem ficar com parcelas menores do fundo eleitoral. O cálculo dos menos graúdos é que a parlamentar poderá contar com significativo apoio financeiro significativo da sigla, dada a expressividade de sua eleição em 2018.
Com parcelas menores para dividir entre si, esses pré-candidatos querem ver o total do montante crescer. E entendem que a ausência de uma campanha ao Palácio dos Bandeirantes, com uma declaração de apoio a Haddad, seria uma via expressa nesse sentido. Em uma análise simplificada, sabem que Tabata será candidata à reeleição de qualquer maneira. O mesmo não concluem em relação a França.
Há ainda quem queira beliscar um espaço ao lado de Haddad e de Lula, caso o PSB possa indicar o vice de uma chapa cuja cabeça seja do PT. A possibilidade anima os entornos de Rodrigo Agostinho, presidente da bancada ambiental na Câmara, e de Jonas Donizette, ex-prefeito de Campinas.