Do UOL — A Polícia Civil do Paraná indiciou hoje o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas. O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto a tiros no último sábado (9) enquanto comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu.
Embora a investigação tenha concluído que o atirador foi ao local para “provocar” os participantes da festa, já que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Polícia Civil entende não haver provas suficientes para constatar que houve crime de ódio com motivação política.
A delegada Camila Cecconello, chefe da DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) e responsável pela investigação, disse em entrevista coletiva concedida hoje de manhã que o atirador ficou sabendo da festa em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando participava de um churrasco do futebol com amigos e decidiu ir ao local, onde se envolveu em uma discussão envolvendo divergências políticas.

De acordo com a investigação, um dos amigos do policial penal que monitorava a festa por aplicativo do celular mostrou que havia uma festa temática em homenagem ao PT. Com isso, descartou a versão de que Guaranho estava fazendo uma ronda no local.
“O autor dos fatos estava comemorando e ingerindo bebidas alcoólicas. [Ao saber da festa alusiva ao PT] o autor não comenta nada. Apenas pergunta onde está acontecendo a festa”, relatou a delegada. “Ele foi lá realmente no intuito de provocar a vítima. Fica muito clara que houve uma provocação e uma discussão em razão de políticas”, completou.
Contudo, ela entende que não há comprovação de que houve crime de ódio por motivação política.
Não há provas de que ele voltou para cometer crime político. É difícil falar que ele matou pelo fato de a vítima ser petista. Ele voltou porque se mostrou ofendido pelo acirramento da discussão”