Por Ricardo Antunes — Para a campanha de Jair Bolsonaro, a conclusão do inquérito sobre o assassinato de Marceelo Arruda é uma vitória. Segundo a Polícia Civil do Paraná, o homicídio não é um crime político, mas um crime de motivo torpe. Por isso, marqueteiros do presidente pedem que ele trate o assunto como “página virada”. A equipe de campanha de Bolsonaro quer que ele pare de fazer provocações a petistas e se silencie sobre o caso. A informação é da coluna de Malu Gaspar no Globo.
Jorge Guaranho matou Marcelo Arruda no último sábado (9) e o inquérito foi concluído em cerca de cinco dias. O bolsonarista foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e a polícia aponta que o homicídio ocorreu por motivo torpe, negando que tenha sido um crime político.
A delegada Camila Cecconello, que chefiou a investigação, não é possível afirmar que a morte foi causada por motivo político. “É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, diz ela.
“Para você enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal”, argumentou.
VISTA GROSSA
Segundo a colunista Bela Megale, do Globo, a Polícia Civil ignorou contradições do depoimento dado pela esposa do policial Jorge José da Rocha Guaranho, Francielle Silva, para descartar a hipótese de crime de ódio, motivado por intolerância política, que resultou na morte do ex-dirigente do PT Marcelo Arruda.

DEPOIMENTO
“Trechos de seu depoimento revelam que as declarações de Francielle Silva são opostas às conclusões da própria Polícia Civil, e mostram que o bolsonarista sabia de antemão que a festa tinha decoração sobre o partido e o ex-presidente”, diz a jornalista.
CONVERSA
Fachin chamou uma reunião entre TSE, Forças Armadas e Polícia Federal em 1º de agosto. O encontro foi convocado para que técnicos do tribunal apresentem orientações a respeito da fiscalização do pleito, com intenção de cessar a pressão do Ministério da Defesa sobre o pleito.
MISSÃO
De volta à cena política após ser implodido pela Lava-Jato, Eduardo Cunha é visto pela ala mais radical do bolsonarismo como uma das apostas mais certeiras, por meio do Legislativo, para atrapalhar um eventual terceiro mandato de Lula.

EMPECILHO
Hoje, a um mês do registro de candidatura, Cunha ainda está sem os direitos políticos, suspensos até 2027, e se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Diante dos colegas de PTB, assumiu ainda assim a missão de recorrer ao Judiciário para contornar o impedimento, sem ajuda ou defesa da sigla.
CAÇA ÀS BRUXAS
Principal conselheiro de Lula sobre assuntos de política externa, o ex-chanceler Celso Amorim disse que não será feita uma “caça às bruxas” no Itamaraty se o petista for eleito.
CONFIANÇA
O ex-chanceler afirmou que o “Itamaraty é profissional” e lembrou que diversos diplomatas do governo de Fernando Henrique Cardoso foram mantidos em postos-chaves no governo Lula, mas pontuou que não há semelhanças entre a gestão do tucano e de Bolsonaro.
CONSCIENTES
Caciques do MDB que apoiarão Lula nas eleições têm admitido, nos bastidores, que não veem chances reais de derrubarem a candidatura de Simone Tebet.

MOTIVO
Levantamentos internos que também chegaram a esse grupo mostram que os diretórios dos Estados que apoiam Tebet são mais numerosos que aqueles que apoiarão Lula.
BLINDAGEM
A ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal) vai acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei que restringe operações policiais em escritórios de advocacia.
PREOCUPAÇÃO
Para delegados, pontos dos vetos derrubados pelo Congresso inviabilizam o trabalho de investigação.
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