Do Globo — Damien Hirst, o artista plástico mais rico do Reino Unido, vai queimar obras de sua autoria como parte de um projeto artístico que mostra que a arte é um negócio. Hirst, que segundo a imprensa britânica tem fortuna avaliada em 315 milhões de libras esterlinas (cerca de 2 bilhões de reais) vai destruir as peças em sua galeria londrina.
Em 2016, Hirst criou 10 mil pinturas, todas com bolinhas coloridas mas cada uma com um título, com seu correspondente NFT e vendeu cada uma delas por 2 mil libras. Os compradores tinham a opção de ficar com o NFT ou negociá-lo por uma obras física. Hirst deu um deadline, e mais de 4 mil pessoas decidiram trocar seu NFT por uma obra física; 5.820 compradores preferiram manter o NFT.
A partir do dia 9 de setembro, as versões alternativas e os trabalhos físicos serão queimados. O projeto denominado The Currency (A Moeda) foi descrita por Hirst como uma “instalação global”.
Nos dois últimos anos, de acordo com o jornal britânico The Guardian, o NFT explodiu no mercado de arte, com as casas de leilão conseguindo valores astronômicos com sua comercialização. Em março de 2021, a Christie’s vendeu Everydays: the First 5,000 Days”, NFT do artista digital Beeple, por 69 milhões de libras (cerca de 440 milhões de reais).
Hirst desenvolveu o projeto The Currency com a HENI , uma empresa internacional de serviços de arte. As vendas iniciais chegaram a 18 milhões de dólares.
“Tenho cerca de 2 mil pessoas falando constantemente sobre o The Currency”, disse Hirst ao jornal The New York Times. “É negócio o tempo todo, com altos e baixos; tem valor em um minuto e deixa de ter no próximo. É como estar em um culto, e eu sou o líder do culto.”







