dO g1 — “Mesmo diante de toda essa lapada que venho levando do Judiciário pernambucano, eu acredito na Justiça. Por isso que eu estou estudando, estou conhecendo as leis. Sei que elas são certas, o problema são as pessoas que estão manipulando essa lei”.
A declaração foi dada por Mirtes Renata Satana, mãe do menino Miguel Otávio, nesta sexta-feira (29), diante das recentes decisões da Justiça em relação à morte do menino. Entre elas estão a negativa de prender Sarí Corte Real e o pedido para que Mirtes e a mãe dela, Marta Santana, fossem investigadas por maltratar o garoto.
Miguel morreu aos 5 anos, ao cair do 9º andar do Edifício Pier Maurício de Nassau, prédio de luxo no Centro do Recife, quando estava sob os cuidados de Sarí Corte Real, ex-primeira-dama de Tamandaré e ex-patroa de Mirtes e Marta Santana.
Sarí foi condenada a oito anos e seis meses de prisão por abandono de incapaz com resultado morte. Ela teve o direito de recorrer em liberdade da decisão que a condenou à prisão, desde que siga uma série de medidas cautelares, a fim de não prejudicar o andamento do processo.

Na mesma decisão em que condenou Sarí, o juiz José Renato Bizerra solicitou que Mirtes e Marta Santana fossem investigadas por indícios de maus-tratos, humilhação, racismo e cárcere privado contra a criança.
“Foram duas condenações em uma única sentença. A condenação de Sari Corte Real, de 8 anos e seis meses, e uma para mim e minha mãe. […] Eu passei quase uma semana doente […] diante do que eu li”, disse Mirtes, durante entrevista à GloboNews.
Mirtes e a mãe trabalhavam como empregadas domésticas da ex-primeira-dama e do marido, o ex-prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker Corte Real (PSB).
“O mais interessante disso tudo é que eu e minha mãe, diante de Sarí e das testemunhas dela, éramos péssimas mãe e avó para Miguel. Mas, para os filhos de Sarí, éramos ótimas pessoas. Sarí confiava os filhos dela a nós de olhos fechados”, recordou Mirtes.







