Por Ricardo Antunes — A semana não foi das mais agradáveis para o candidato a governador Miguel Coelho (União Brasil). Em três das quatro pesquisas de intenções de voto divulgadas nos últimos dias, ele pontuou abaixo dos dois dígitos e figurou na lanterna entre os cinco principais postulantes. Na da Opus, divulgada hoje, ele tem 8,9%, o mais baixo de todos os seus índices desde o início da campanha. Faltando cerca de 50 dias para as eleições, é um péssimo sinal.
A falta de popularidade se explica por diversos fatores. Todos culminam na empáfia e arrogância tão característicos de seu grupo político que está por afundar.
Miguel tinha tudo para ser o candidato de Bolsonaro nesta eleição. Seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, foi líder do Governo por três anos e se beneficiou com os recursos federais destinados a rodo para Petrolina. Mas o medo de ser contra Lula no Sertão afugentou. Bolsonaro escolheu Anderson, que tem quase o dobro das intenções de voto de Miguel em algumas pesquisas.
Os Coelhos nunca foram donos de partido, e escolheram se associar a Luciano Bivar no União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL. Bivar desistiu de ser candidato a presidente e resolveu disputar a reeleição, atabalhoando a chapa do partido. O deputado Fernando Filho, irmão de Miguel, teve que ceder bases, como forma até de manter a candidatura para governador.
Enquanto líder de Bolsonaro, FBC sempre criticou Armando Monteiro por não ter escolhido um candidato a presidente em 2018, quando disputou o governo. Agora, seu filho seguiu o mesmo caminho e as pesquisas se mostram lastimáveis e quase irreversíveis. Sem um palanque presidencial forte (a candidatura de Soraya Thronicke está longe disso) em uma eleição polarizada, parece que Miguel sairá desta eleição menor do que entrou. Por enquanto, só parece.







