Por Ricardo Antunes — O ponto positivo do presidente foi o fato de que ele conseguiu manter a calma diante de perguntas duras apresentadas por Willian Bonner e Renata Vasconcelos. Muitos, entre aliados e opositores, duvidavam que Bolsonaro fosse capaz de enfrentar uma sabatina, ao vivo, no Jornal Nacional sem perder as estribeiras. Morderam a língua. Se tivesse tomado maracugina não estaria tão controlado.
Na maior parte do tempo Bolsonaro negou fatos notórios ou se manteve em seu universo paralelo, onde as urnas eletrônicas não prestam, a floresta Amazônica está intacta, a economia vai bem, o centrão é bom para os brasileiros e as reformas do Estado estão em andamento.
Quando Bonner disse que o presidente xinga ministros do STF e ataca as urnas eletrônicas “sem qualquer prova”, Bolsonaro negou os xingamentos e reclamou de perseguição. Bonner, no entanto, lembrou que ele tinha chamado o ministro Alexandre Moraes de “canalha”.
Ao falar de economia, foi muito bem e teve ajuda de Bonner, que citou percalços como a Pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia. Bolsonaro citou a deflação, a queda dos preços dos combustíveis e o Auxílio Brasil como exemplos de resultados apresentados pelo governo.
Os memes estão explodindo nas redes sociais. Os bolsonaristas dizem que ele “esmagou” a bancada do JN e os petistas que ele foi “um desastre”.
É isso.
COLA
Durante entrevista no Jornal Nacional, Bolsonaro levou uma cola na mão esquerda. Na mão, estão escritos os nomes de três países comandados por líderes de esquerda: Nicarágua, Argentina e Colômbia. Também está escrito o nome do doleiro Dario Messer. No entanto, os assuntos não foram explorados pelo mandatário.

AVALIAÇÃO…
Integrantes dos principais comitês de campanha à Presidência da República reconhecem que Jair Bolsonaro conseguiu minimizar eventuais danos em sua sabatina ao Jornal Nacional, realizada hoje à noite.
DAS TORCIDAS
Tanto petistas quanto integrantes das campanhas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) avaliaram que os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos se perderam ao explorar temas que já são de domínio do presidente da República, sem qualquer tipo de avanço que pudesse causar danos à imagem do presidente.
PANELAÇO
No Rio, em Botafogo e Ipanema e na Barra da Tijuca, reduto bolsonarista. Em Salvador, Brasília e em Porto Alegre, entre outras capitais, também foram registrados panelaços durante a sabatina de Bolsonaro.
CRÍTICA
Ex-deputado do PT, Maurício Rands acha que bancada do JN falhou. “Bonner e Renata não souberam sequer mostrar que no governo dele aumentou a miséria e a fome. Nada sobre a imagem desmoralizada do Brasil na cena externa. Rebateram fracamente a tese dele de que não teria corrupção no governo dele. O JN perdeu a oportunidade de mostrar que a corrupção do orçamento secreto só ocorre em conluio com a presidência e a casa civil. Nada também sobre o armamento e as milícias. Nada sobre as discriminações às mulheres, negros, índios, homossexuais. Nada sobre o mau relacionamento com a sociedade civil. Nada sobre a perda de confiança dos empresários. Nada sobre a falta de uma boa política cultural. Nada sobre o desmonte de direitos dos trabalhadores. E otras cositas más”, defende ele.

COMEMORANDO
O ministro-chefe da Casa Civil e um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira, comemorou a postura do presidente da República na sabatina ao JN.
JAIR PAZ E AMOR
“Hoje o Brasil pode ver o Bolsonaro de verdade que as narrativas esconderam e escondem há 4 anos: uma pessoa espontânea, sincera, de posições firmes e com profundo amor pelo Brasil e pelos brasileiros”, disse o ministro pelo Twitter.
ENQUETE
Leitores do blog responderam se pretendiam assistir a entrevista do presidente Jair Bolsonaro no Jornal Nacional. 62% decidiu assistir “o mito”. 34% disseram preferir bater panela para a “tchutchuca do Centrão”. E apenas 4% não quiseram acompanhar a sabatina.

REQUERIMENTO
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou na Justiça nesta segunda-feira (22) para que o FBI seja temporariamente proibido de analisar os documentos apreendidos em sua mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, em no dia 8 de agosto.
INVESTIGADO
A busca fez parte de uma investigação federal sobre se Trump removeu ilegalmente documentos quando deixou o cargo em janeiro de 2021, depois de perder a eleição presidencial para o democrata Joe Biden.

ARGUMENTO
Lula defendeu, nesta segunda-feira, que haja alternância no poder na Venezuela, definida por eleições “livres” cujo resultado é acatado. Ele, porém, citou a “autodeterminação dos povos” como motivo para não demonstrar opinião sobre o ditador Nicolás Maduro.
DEMOCRACIA
O petista não citou o nome de Maduro, mas afirmou desejar que a Venezuela “seja a mais democrática possível”.
FOTO DO DIA:








