Da Redação do Blog – Faleceu o sócio-fundador da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento), Leonardo Guimarães Neto, aos 84 anos, no Recife. Ceplan, sócios e filho de Leonardo soltaram notas de pesar sobre o falecimento. Leia as notas:
Nota da Ceplan sobre o falecimento de Leonardo Neto
É com profundo pesar que a Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) comunica o falecimento do seu sócio-fundador Leonardo Guimarães Neto, aos 84 anos, no Recife.
Doutor Leonardo, como era mais conhecido, ou simplesmente Léo para os amigos, nasceu na cidade de Arcoverde, em Pernambuco, e ao longo de sua vida dedicou-se aos estudos e à profissão de economista e professor.
Leonardo Guimarães Neto formou-se em Economia na Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo; em Sociologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e concluiu o Doutorado em Economia pelo Instituto de Economia da Unicamp (IE-Unicamp).
Em sua carreira profissional passou pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde trabalhou com o seu criador, o economista Celso Furtado. Atuou ainda no Condepe, atual Agência Condepe-Fidem, e na Fundaj, e também como assessor do Governo do Estado de Pernambuco.
Também foi Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da UFPE e consultor econômico durante longos anos desde a fundação da Ceplan, em 1996, junto aos economistas Tania Bacelar, Aldemir Guimarães e Paulo Guimarães, seu filho.
Leonardo Guimarães escolheu o Recife – capital do seu Estado – como morada, sempre estudando sobre o Nordeste e o Brasil e seus caminhos de melhoria. Foi autor de diversas obras, entre elas Formação Econômica do Nordeste e a coletânea de artigos Brasil Caminhos e Descaminhos.
Ele deixa a esposa, Dona Socorro, e seus três filhos, Paulo, Juliana e Marta.
Grande ser humano e profissional, com quem aprendíamos sempre, e referência de caráter e sabedoria, permanece em nossa empresa a sua esperança de um país e de um Nordeste menos fragmentado e mais igualitário.
O velório será realizado na Capela Velório número 01 do Cemitério Morada da Paz, na cidade do Paulista, nesta terça-feira 06/09/2022, com início às 09h00 e sepultamento às 14h00.
Nossos sentimentos à família e aos amigos!
De todos que fazem a Ceplan Consultoria.
Nota de Paulo Guimarães – Economista, filho e sócio

“Como profissional, Leonardo Guimarães deixa o legado de uma pessoa de um intelecto privilegiado, uma cultura privilegiada mas, principalmente, de muita humildade e simplicidade. Um profissional que construiu uma carreira de muito estudo, muita dedicação e simplicidade. Era um humanista. Uma pessoa que sempre teve a preocupação no social, numa vida mais igual e de menores diferenças sociais e regionais, no nosso Brasil – era o foco de estudo dele, a região Nordeste e as questões regionais. Foi um profissional que sempre teve o cuidado de olhar o próximo, a questão das diferenças que marcam tanto o nosso país, não apenas com a visão de dados socioeconômicos mas também de humanidade e civilidade – era essa, talvez, a parte mais importante que Leonardo deixa como economista e cientista social.
Como pai, fundamental para toda a família o seu legado de transmitir esse jeito de ser de muito respeito, e que fez com que ele tivesse grandes amizades e reconhecimentos por toda a vida. É isso que fica do nosso pai, uma pessoa que nunca viu diferenças em quem quer que seja, fosse socialmente ou em termos culturais, sempre tratou todos de forma muito igual. Deixa para os filhos essa lição, do tratamento com o próximo, e de um comportamento que só fez unir e trazer muita amizade e muitos relacionamentos ricos e produtivos. Era realmente uma pessoa especial”.
Nota de Aldemir do Vale – economista, amigo e sócio

“Conheço Leonardo desde que cheguei no Recife para trabalhar em 1968, como professor de inglês,
“Conheci Leonardo quando éramos professores do Departamento de Economia da UFPE e da UFPB. Ele era também um consultor, muito atuante, mas, principalmente muito generoso, dessas pessoas que encontramos uma entre milhares na face da terra. Sempre com aquela doçura, mas muito reto, franco, sempre procurando ajudar como pudesse. Para trabalhar em equipe não tinha ninguém melhor, era sempre uma liderança, sem constrangimentos.
Ele teve um papel muito importante nas discussões sobre a economia regional, com foco no Nordeste. Não tinha alguém que se ombreasse a ele, sobre os problemas do Nordeste, sempre uma referência a Celso Furtado, com quem trabalhou.
Leonardo fez a diferença quando cheguei ao Recife, vindo da cidade de Grossos, no Rio Grande do Norte. Foi como um pai, não consigo evitar a emoção. Tinha uma grande admiração por Leonardo e o que devo a ele como economista”.