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Adeus de Roger Federer e de sua elegância única marcam o fim do tênis como arte

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
24/09/2022 - 09:00
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Por João Pedro Fonseca, do Globo – É comum que superatletas sejam comparados a máquinas. Tem a ver com seus corpos esculpidos à grega perfeição, com a tenacidade de seus desempenhos e com o desejo cada vez mais recorrente de apresentarem-se como figuras inumanas, coisas de outro planeta. Para alguns deles, porém, a associação mais adequada seria a um artista, pelo aspecto subjetivo do que entregam e pela capacidade de transcendência que é provocada somente pela arte. Nessa última categoria está Roger Federer, que anunciou a aposentadoria do tênis aos 41 anos e disputou ontem a última partida de sua carreira como profissional.

O adeus se deu num contexto que fez jus à beleza que o suíço tomou para si como ninguém mais na história do tênis, mesmo que limitações físicas tenham impedido Federer de disputar a derradeira partida em simples — a última vez que o fez foi há mais de um ano; de lá para cá, ele tem sido perturbado por lesões no joelho.

Ainda assim, despediu-se atuando ao lado de Rafael Nadal, com quem nutriu a grande e respeitosa rivalidade da carreira, em um torneio que leva o nome do australiano Rod Laver, uma de suas inspirações, e até numa rara quadra preta, cuja elegância se assemelha à dos trajes brancos que o suíço portava em Wimbledon.

O resultado foi apenas um detalhe: derrota por 2 sets a 1 (parciais de 4/6, 7/6 (2) e 11/9) para os americanos Frances Tiafoe e Jack Sock.

Roger Federer e Rafael Nadal durante a Laver Cup, em Londres

Não faz muito tempo, bastavam as estatísticas para defender o status de Federer como o maior da História. Mas ele foi ultrapassado por Novak Djokovic em número de semanas na liderança do ranking da ATP e pelo sérvio e por Nadal em títulos de Grand Slams (20 contra 21 e 22, respectivamente). Ironicamente, o desprezo dessas métricas fortalece os argumentos pró-suíço. Assim como Serena Williams, aposentada do início do mês e cujos feitos fora de quadra parecem ampliar seu tamanho dentro dela, Federer se beneficia do intangível. Numa era em que o esporte se torna cada vez mais agressivo, chega ao fim a jornada de quem o atravessou com delicadeza e sofisticação.

A geometria perfeita e aparentemente natural com que Federer exercia seu jogo — e a dominação que aplicava a partir dela sobre seus oponentes — há muito desperta fascínio. O estudo de caso mais detalhado foi elaborado pelo escritor americano David Foster Wallace no célebre artigo “Roger Federer como experiência religiosa”, publicado pelo jornal The New York Times em 2006, quando o suíço tinha ainda 25 anos. Mas o próprio tenista fez um resumo de suas virtudes em declaração ao GLOBO, já em março de 2018:

— Com o tempo, tentei me movimentar na quadra da melhor forma possível, e isso deve parecer elegante para muitos, talvez porque o tênis tenha se tornado um esporte muito agressivo nos movimentos. Meu backhand de uma só mão e o uso do slice, tudo isso me permite fazer um jogo de alto impacto com aparência de baixo impacto. Também tem o fato de eu jogar de forma ofensiva, o que me permite ditar para onde vou. Talvez por isso consiga tornar meu tênis ainda mais elegante.

Federer acrescentou que, embora essa percepção o lisonjeie, essa jamais foi sua meta. Talvez nessa observação esteja o detalhe que diferencia Federer de seus pares: a sensação de que a graça foi alcançada sem esforço, embora saibamos todos — o suíço mais do que ninguém — do ônus que o esporte de alto rendimento representa para o corpo.

Rafael Nadal chora ao lado do amigo Federer

Na biografia “Federer: o Homem que Mudou o Esporte” (Intrínseca, 2021), o jornalista Christopher Clarey ajuda a desconstruir e ao mesmo tempo reforçar essa aura. Dois dos entrevistados oferecem preciosas contribuições sobre a elegância do suíço. O preparador físico Pierre Paganini diz que “quase esquecemos que ele teve que se esforçar para chegar lá, porque é como assistir a um bailarino”. Já o ex-tenista e rival Andy Roddick destaca que Federer “não vai olhar atravessado para você, não vai encarar você antes de uma partida ou socar o ar na hora errada”, como se ele existisse em um mundo particular, sabendo se impor sem recorrer a esses mecanismos que hoje se mostram comuns.

Essa indiferença (e não se deve confundi-la com desprezo) pelos rivais ajudou o suíço a construir uma reputação ilibada no circuito, e em parte explica como ele e Nadal viveram uma das rivalidades mais saudáveis do esporte em alto nível. Enquanto isso, algumas derrotas emblemáticas (diante do espanhol, inclusive) e sua fama de chorão ajudaram a humanizá-lo para plateias do mundo inteiro.

Há outras “provas” de que Federer representa um tempo do esporte que ficou para trás — e não apenas pelo perfil em quadra. Que outro astro mundial nos relevou tão pouco de sua vida pessoal? Quantos deles, na era dos atletas-influenciadores, compartilham tão pouco de suas rotinas? Há um outro lado dessa moeda, mais evidente quando se traça o paralelo com Serena: embora tenha atuado em favor dos direitos dos atletas nos bastidores da ATP, o suíço não se mostrou particularmente engajado em causas sociais ou ambientais, uma neutralidade hoje anacrônica.

É inútil pensar em herdeiros de Federer. Sua forma de expressão é tão singular que não pode ser replicada por mais ninguém. Como as obras de um grande artista.

Tags: Esporte
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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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