Por Ricardo Antunes — Empatada, a eleição se transforma na equação Antipetismo X Antibolsonarismo. Será esse ponto que vai definir o vencedor da eleição mais disputada dos últimos anos. Pelo debate tosco de ontem (os dois candidatos mais erraram do que acertaram), os indecisos iriam para Boa Viagem ou Carneiros. Ou seja, para a praia.
Voltando ao ponto, em minha opinião (não vamos discorrer aqui de como ela foi construída), a rejeição ao projeto de poder do PT é maior do que os muitos erros do presidente Bolsonaro. Ele mesmo se desculpou por falar tantas bobagens ao longo dos últimos quatro anos.
Esse é o segredo para se entender o que vai acontecer amanhã. A grande maioria da população irá às urnas para derrotar o projeto de poder do seu adversário. Não porque adore Bolsonaro ou morra de amores por Lula.

Por último, temos o eleitorado silencioso e subnotificado. E um fator surpresa que está acontecendo em São Paulo. Trackings do PSD de Gilberto Kassab, um dos maiores políticos de sua geração, começam a apontar uma subida de Bolsonaro e Tarcísio. O nome disso se chama antipetismo. São mais de 12 milhões de eleitores.
Os institutos de pesquisa, aliás, são um capítulo a parte. Novamente com erros espantosos, estão no olho do furacão diante de uma CPI no Congresso, os levantamentos voltaram a destoar. Talvez visando atender a todos os gostos, bem como não cravar um favorito, muito menos um vencedor. Como Pilatos, todos decidiram lavar as mãos e colocar cenários de empate técnico, e usarão a tal margem de erro de dois pontos (que na prática viram quatro) para dizer que estavam corretos.
Se existe alguma tendência para o placar do clássico de amanhã, ela seria essa. Uma eleição para um derrubar o outro, não para construir. Hoje, ainda estamos em empate técnico. Os dados estão na mesa. É ficar atento agora aos movimentos no tabuleiro de xadrez para ver quem vai gritar o famoso “La Mate”.







