Blog do Ricardo Antunes
  • Opinião
  • Brasil
  • Política
  • Lei & Ordem
  • Pernambuco
  • Economia
  • Educação
  • Ciências
  • Esportes
  • Cultura
  • Eventos
  • Tecnologia
Sem Resultados
Ver todos os resultados
APOIE
Blog do Ricardo Antunes
  • Opinião
  • Brasil
  • Política
  • Lei & Ordem
  • Pernambuco
  • Economia
  • Educação
  • Ciências
  • Esportes
  • Cultura
  • Eventos
  • Tecnologia
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Blog do Ricardo Antunes
Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • Quem Somos
  • Quem é Ricardo Antunes
  • Apoie
  • Newsletter
  • Arquivo
  • Fale Conosco
  • Termos de Uso
Home Brasil

A expansão das gangues digitais, por Robert Muggah

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
21/09/2019 - 15:45
A A
CompartilharTweetarWhatsApp

Paralelamente à aceleração da revolução digital, há sinais por toda parte de governos fazendo uso de novas tecnologias para monitorar e reprimir cidadãos. As revelações do crescente programa de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA, National Security Agency) são apenas o início.

Não se trata somente de governos ocidentais que espionam cidadãos em lugares distantes: do Egito à Síria, autocratas têm usado técnicas de prospecção de dados e análise de redes sociais com efeitos malignos.Há inúmeros exemplos de governos que reprimem liberdades na internet. Na Rússia, o Centro de Pesquisa em Legitimidade e Manifestações Políticas, favorável ao Kremlin, monitora as mídias sociais com o intuito de prever protestos populares. Na China, sistemas de vigilância são, com frequência, embutidos em equipamentos de provedores de rede e em plataformas de mídias sociais. Muitas vezes auxiliados por empresas de defesa e segurança cibernética, vários governos aplicam modelos matemáticos avançados para prever como as informações fluem através das redes; com base em seus achados, realizam “arrastões” para apanhar os ativistas envolvidos.

É emblemático o caso da Unidade 8200, um grupo de elite israelense que emprega táticas coercitivas ao espionar os palestinos, inclusive por meio da coleta de dados comprometedores de caráter sexual, financeiro e pessoal. No ano passado, a extensão dos meios de vigilância estatal foi revelada por denúncias dos refuseniks, um grupo de objetores de consciência israelenses. Enquanto isso, juntamente com o Irã, diversos hackers não estatais vêm dirigindo sua atenção a Israel.

Os hacktivistas pró-Palestina que adotam o emblema #OpIsraelatacam, com frequência, os sites e servidores do governo de Israel. Os governos não detêm o monopólio do uso de big data (análise de grandes volumes de dados) para monitorar e antecipar ameaças. Bancos privados de investimento possuem vasta experiência nessa área, assim como um crescente grupo de humanitários digitais, que têm aproveitado dados de satélite e telecomunicações para auxiliar vítimas de desastres. Agora parece que organizações criminosas, cartéis e gangues estão entrando no jogo. Alguns desses grupos são pioneiros por excelência nessa área: eles empregam as mídias sociais não somente para identificar e neutralizar seus concorrentes, mas também para gerenciar suas relações públicas.

A presença online de organizações ligadas ao tráfico de drogas pode soar estranha para os leitores, ou até mesmo contraditória. Afinal, o crime organizado tradicionalmente prospera nas sombras, longe do olhar público. Historicamente, esses grupos criminosos sempre investiram em minimizar seu perfil público, não em amplificá-lo. A internet vem mudando isso. Organizações dos mais diversos tipos, tais como o Estado Islâmico e o cartel Los Zetas, vêm usando o espaço cibernético para moldar opiniões e suscitar respeito, medo e terror.

Organizações dos mais diversos tipos, tais como o Estado Islâmico e o cartel Los Zetas, vêm usando o espaço cibernético para moldar opiniões e suscitar respeito, medo e terror

Alguns dos cartéis de drogas mais implacáveis são usuários vorazes de várias plataformas digitais. O Cartel de Sinaloa, um dos grupos criminosos mais poderosos do México, tem mais de 34.000 seguidores em sua conta no Twitter. Um feed com o nome do recém-foragido líder do cartel, El Chapo, atingiu quase 400.000 seguidores e recentemente ameaçou online o pré-candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump. Mais ao sul, na América Central, uma gangue chamada Mara Salvatrucha 13, ou MS13, possui mais de 40.000 curtidas no Facebook e se comunica com seus membros por todo o continente americano.

O conteúdo desses sites é previsível. A maior parte combina imagens de mulheres, armas e sangue. Eles expõem os símbolos da narco cultura, a trilha sonora online da guerra do narcotráfico no México: carros velozes, mulheres seminuas e fuzis banhados a ouro. Em alguns casos, também incluem narcocorridos com letras como “temos sede de sangue e decapitações”. Desde a fuga de El Chapo, uma dúzia de tais sites surgiram para celebrar suas façanhas. Embora banidos pelo governo mexicano, esses memes costumam servir um propósito estratégico: o Centro de Estudos do Exército e da Força Aérea da Secretaria de Defesa do México rastreia seus conteúdos para obter inteligência militar.

Em toda a América Latina, o espaço cibernético vem sendo tomado por cartéis, gangues e outros grupos de crime organizado, que usam tal espaço para ameaçar seus rivais, vender produtos, enviar instruções e recrutar novos membros. Nada disso é particularmente novo. Desde 2005, agências da lei começaram a detectar o compartilhamento online das chamadas narcomensajes. Geralmente são textos curtos deixados nos corpos das vítimas para explicar o motivo de seu assassinato: “isso é o que acontece quando você trabalha com um cartel rival”.

Não é surpreendente que a expansão das mensagens de texto tenha sido acompanhada por uma explosão dos chamados narcovídeos. Alguns desse clipes curtos são filmes snuff; outros, simplesmente propaganda. Uma análise de alguns desses vídeos online mostra que eles variam em conteúdo e estilo: alguns incluem torturas e execuções, discursos de líderes dos cartéis, ou até mesmo eventuais gestos de boa vontade. Alguns grupos ligados ao tráfico de drogas, por exemplo, gostam de filmar seus membros prestando assistência humanitária a vítimas de desastres naturais.

Embora os cartéis e gangues existam há muitas gerações, o espaço cibernético tem permitido que eles expandam enormemente seu poder, prestígio e lucros. Eles levaram a violência ao ambiente virtual, com foco em blogueiros, espiões e concorrentes. Considerando o volume de usuários de Facebook no Brasil, Colômbia, El Salvador e México, agora é possível extorquir quantidades enormes de pessoas com apenas um clique. Também houve um aumento de sequestros de programadores e engenheiros de software à medida que esses grupos de crime organizado reforçam suas capacidades digitais.

A explosão de atividades online dos cartéis e gangues não resulta apenas em mais homicídios. Ela também vem minando as liberdades básicas dos cidadãos, como, por exemplo, a independência da imprensa. Tais atividades têm gerado intimidação ou autocensura nas mídias de notícias no México, e também nos países do triângulo norte da América Central e partes da América do Sul. Mais de 32 jornalistas foram mortos no México durante a última década, e muitos jornalistas cidadãos foram assassinados em público.

De um ponto de vista mais positivo, percebe-se que os cidadãos também estão reagindo online e offline. Os ativistas digitais vêm se auto-organizando em comunidades virtuais e buscando a internet como fonte de informações confiáveis. Eles usam suas redes para juntar e disseminar informações com o intuito de se protegerem. A explosão da narconet levou a uma explosão das atividades online, inclusive os narcotweets.Pesquisas sugerem que cerca de 1,5% de todos os mexicanos já tuitou sobre a guerra do narcotráfico – o que representa cerca de 5% de toda a população online daquele país.

Da mesma maneira, grupos de autodefesa também vêm se levantando contra os cartéis e seus associados. A milícia Valor por Michoacan, por exemplo, focou sua atenção no cartel Caballeros Templarios. A Valor possuía mais de 184.000 seguidores no Facebook antes de ter sua conta desativada (embora ainda mantenha uma conta ativa de Twitter).

Uma amostra de grupos de ação e de denúncias mantidos por cidadãos no México

Nome da página                                          Foco geográfico                                     Número de “curtidas”

Tierra del Narco                                                 Nacional                                                       21.000

El Blog del Narco                                               Nacional                                                       355.000

Valor por Tamaulipas                                       Estado de Tamaulipas                               603.000

Codigo Rojo                                                        La Laguna La Laguna                                361.000

Contra la Inseguridad en Torreon                 Município de Torreon                                212.000

Valor por Michoacan                                        Michoacan                                                    120.000

Portanto, o que tudo isso nos mostra? Em primeiro lugar, esses dados indicam como as mídias sociais vêm sendo absorvidas nos campos de batalha do século XXI. Eles também revelam como os cidadãos estão reagindo e utilizando as mídias sociais para melhorarem seu processos decisórios, se organizarem e até mesmo lutarem contra os que tentam prejudicá-los.

Os jornalistas cidadãos e os coletivos digitais têm muito menos poder de fogo, tanto no ambiente online quanto no mundo real. O setor de tecnologia pode e deve criar maneiras de empoderar os que não têm voz, para que esses possam falar e se comunicar sem medo ou intimidações. Isso significa criar espaços seguros para compartilhar anonimamente informações verificadas. Fazer isso corretamente é um desafio técnico que, por sua vez, gera novos desafios relacionados à liberdade e aos direitos de expressão, bem como à segurança pessoal no ecossistema digital global.

Texto por Robert Muggah

Compartilhar30Tweet19Enviar
Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

Matérias relacionadas

Na COP, Janja visita estúdio de TV e faz piada sobre coxinha

Janja Lula da Silva, primeira-dama do Brasil

Do UOL - Janja da Silva, mulher do presidente Lula, passou em frente a estandes da imprensa na COP30, em Belém, e decidiu provocar. "Já compraram coxinha?", ela...

Leia MaisDetails

Ministro autoriza derrubada de área verde para construção de posto de combustível

Celso Sabino
Ministro do Turismo do Brasil

DO UOL - Próximo à entrada do aeroporto internacional de Belém, uma área verde deu lugar a um clarão no ano da COP30 (Conferência do Clima), sediada na...

Leia MaisDetails

Caminhão com suspeita de bomba interdita o Rodoanel no sentido Dutra

Motorista foi encontrado amarrado ao lado de artefatos, supostamente bombas

Do UOL - Uma carreta atravessada no km 44 do Rodoanel, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, causa ao menos 15 quilômetros de congestionamento no sentido...

Leia MaisDetails

Preocupação com segurança freia melhora na avaliação de Lula

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil (PT)

Do G1 - Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (12) mostra que a avaliação do governo Lula (PT) deixou de melhorar, e que 50% dos brasileiros desaprovam o governo...

Leia MaisDetails

PF investiga obstrução à Justiça e interferência em apuração de organização criminosa

"Operação Nêmesis investiga desvio de recursos públicos destinados à Covid-19

Com informações da PF - A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (12/11) a Operação Nêmesis, para apurar a possível prática de embaraço a investigação sobre organização criminosa supostamente...

Leia MaisDetails
Próximo Artigo

Preto no Branco, por Silvia Pilz

Por favor, faça login para comentar

Governo PE

Camaragibe

São Lourenço da Mata

CATEGORIAS

  • Brasil
  • Ciências
  • Cultura
  • Economia
  • Educação
  • Esportes
  • Eventos
  • Lei & Ordem
  • Opinião
  • Pernambuco
  • Política
  • Tecnologia
Assine nossa lista para receber atualizações diárias diretamente em sua caixa de entrada!

Blog do Ricardo Antunes

Ricardo Antunes - Debates, polêmicas, notícias exclusivas, entrevistas, análises e vídeos exclusivos.

CATEGORIAS

  • Brasil
  • Ciências
  • Cultura
  • Economia
  • Educação
  • Esportes
  • Eventos
  • Lei & Ordem
  • Opinião
  • Pernambuco
  • Política
  • Tecnologia

ASSUNTOS

Alexandre de Moraes Bolsonarismo Brasília Carnaval Coronavírus corrupção Covid-19 DEM Eleições Eleições 2020 Eleições 2022 Esporte EUA Fake News Fernando de Noronha Futebol Internacional Investigação Jair Bolsonaro João Campos Justiça Lava Jato Luciano Bivar Marília Arraes MDB Olinda operação Paulo Câmara PL polícia cívil Polícia Federal PSB PSDB PT Raquel Lyra Ricardo Antunes Rio de Janeiro Saúde Senado Sergio Moro STF São Paulo União Brasil Vacina Violência

© 2024 Ricardo Antunes - Todos Direitos Reservados

Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Brasil
  • Política
  • Lei & Ordem
  • Pernambuco
  • Economia
  • Educação
  • Ciências
  • Esportes
  • Cultura
  • Eventos
  • Tecnologia

© 2024 Ricardo Antunes - Todos Direitos Reservados

Este site usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies. Visite nossa Política de Privacidade.
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?